
Por: Catia Chuba (mamífera convidada)
Fiquei pensando sobre o quê deveria escrever, como convidada das queridas Mamíferas. E por que não falar sobre escolhas?
Neste mês de outubro, em que meus filhos, Gustavo e Beatriz, fizeram aniversário (6 e 1 ano, respectivamente), tenho pensado muito nisso. Escolhas.
O tempo todo nos deparamos com bifurcações no caminho, e para onde ir? Seja na vida profissional, amorosa, maternal, somos obrigadas a fazer escolhas, sempre. E estas escolhas geralmente estão atreladas entre si nos vários aspectos da vida.
Dando um zoom no aspecto 'maternal' da minha vida, fiz escolhas diferentes, em momentos distintos: há 6 anos escolhi - não conscientemente - a cesárea que tive, a amamentação com demanda estabelecida e por um tempo menor, e muito provavelmente, por mecanismos ocultos da psiquê, a própria depressão pós-parto que sofri.
E há 1 ano escolhi - conscientemente - confiar na capacidade do meu corpo mamífero, o parto domiciliar, a amamentação em livre demanda (e que perdura até hoje), e a transformação pessoal, maternal e profissional que essas rupturas de paradigmas me trouxeram.
Que fique claro que não estou insinuando que melhor mãe é aquela que faz as mesmas escolhas que fiz na minha segunda experiência maternal, pois cada um sabe de seus limites e expectativas. Mas no meu caso, comparando-se as duas mulheres, de 2002 e de 2007, percebo uma evolução crescente (e que ainda não terminou!), e me sinto infinitamente melhor mãe do que antes.
Mais instintiva, mais paciente, mais leve, mais madura. Nossa última escolha, há cerca de 1 mês, foi relacionado a nova escola do Gustavo, que começará o Ensino Fundamental em 2009. Escolhemos o que já era óbvio para nós, a linha pedagógica que tem o olhar voltado para aquilo que acreditamos ser o mais importante: o humanismo, o todo, o conjunto da obra fisico-anímico-espiritual. E a escola que oferece melhores condições de tudo isso florescer.
Fazer escolhas nunca é fácil e indolor, é um constante "pesar na balança", dar um passo a frente, muitas vezes rumo ao desconhecido, deixando um rastro cômodo e confortável para trás. Mas sem dúvida, fazer escolhas é exercitar a liberdade em direção ao crescimento.
Termino essa pequena reflexão mamífera com uma frase de Rudolf Steiner, meu filósofo preferido (rsrs), que tem tudo a ver com o tema: "A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas" E que venham mais escolhas!
Imagem: www.gettyimages.com.br
6 comentários:
Acho que as mulheres deveriam aproveitar mais esse poder de escolha que lhes é extendido, penso que muitas avaliam o que é comodo e optam por uma cesárea fria, de hora marcada e unha feita mas não pensam nas limitações de um pós-cirurgico pode lhes trazer. Talvez elas mantenham essa escolha mesmo assim, mas será que lá no fundo é isso mesmo?
Uma grande amiga minha optou por cesárea no hospital, no dia anterior ficou horas no salão se arrumando e eu fui a primeira a visita-la depois que a neném nasceu, ela não conseguia se mover, nem pegar sua filha, nem amamentar e eu perguntei pra ela "vale a pena?" ela não quis responder, mas estava na cara que não...naquela hora era o momento crucial de estabelecer o primeiro vínculo com a filha dela, mas logo depois que ela nasceu as duas ficaram 5 horas separadas... as pessoas deveriam pensar mais nas suas escolhas!
Otima reflexao Catinha!!!
Mais uma vez so sinto orgulho em ter sido companheira de parte da sua trajetoria, nossas segundas gravidezes e nossas filhas que nasceram com 2 dias de diferenca porem com muitas semelhancas, no aconchego de nossos lares e com muitas transformacoes em nossa maneira de pensar e ver a vida e a maternagem.
A revolucao e crescimento interiores nao deveriam parar nunca, enquanto estamos vivos, temos escolhas a fazer e crescimento a ser assimilado e repassado nao 'e?
Beijos mamiferos!
Deia
Ótimo o tema que você 'escolheu'... estou numa fase de muitas reflexões e decisões, especialmente por causa da família, filhos. Essas escolhas da mulher moderna: família, carreira etc...
Sou mãe de uma mocinha linda um ano e meio (cesárea desnecessária) e grávida de 14 semanas, me informando mais para ter um parto natural!
Um abraço e parabéns pelo blog e obrigada por ele! :)
Cátia,
Eu comecei a tomar escolhas conscientes e caminhos diferentes da maioria das mulheres após a concepção de meu primeiro filho. Tive meus dois filhos de parto natural, amamentação em livre demanada e prolongadamente, tive minha filha de parto domiciliar, aderi à homeopatia e vegetarianismo e mudei minha visão em relação às vacinas.
Com certeza, somos nossas escolhas.
Um grande beijo
Catita, a gente quase falou a mesma coisa.... KKK
:O)
bjs
Pata
Oi Cátia,
ótimo tema! Já registrei lá na partonosso, e reforço aqui, o quanto sua experiência do parto domiciliar e seu belo relato foram importantes para que eu conquistasse o meu. Seu relato foi decisivo pra trazer meu marido pro lado do PD, e essa nossa escolha conjunta definiu completamente nossa maneira de construir nossa família!!! Mais uma vez obrigada!
bjs
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