por: Deborah
Nada como nos sentirmos em casa! É a sensação que tenho desde que descobri as listas de discussão como a Materna SP, a Materna Matrice, a Best Baby, a Parto Nosso... E os encontros presenciais que surgem a partir destas listas nos dão o conforto de saber que não estamos sozinhas nesta nave, como disse a Áurea no post de ontem. E o encontro com as mamíferas deste blog carimbou de uma forma muito especial este encontro de "iguais".
Desde que conheci mulheres mamíferas com idéias tão diferentes do que eu tinha visto até então e tão próximas do que penso sobre a vida, passei a achar que não sou tão "etê" assim, como me sentia desde que me conheço. E pelo mundo vamos achando nossos iguais, o que não significa que sejam pessoas que pensam exatamente como nós, mas sim que são pessoas que querem compartilhar, querem trocar idéias sobre assuntos em comum.
Há quase 3 anos a Isadora frequenta uma escola. Uma escola que serve muito bem não só a ela, mas a mim também. Encontrei uma turma de "iguais" lá. Que se alegram com as mesmas coisas e se incomodam com outras mesmas também.
Para mim, a escola sempre deveria ser o quintal de casa, sempre uma extensão... Não vejo como uma coisa é uma coisa e outra é outra. Hoje, muito do meu círculo de amizades é da escola da minha filha. E é lá que encontro proteção muitas vezes, seja para uma conversa, um desabafo, posso contar com a escola e com os pais e mães de amigos na hora de um apuro, um atraso...nos ajudamos muito neste sentido.
E é sobre isto que queria falar, sobre como é bom nos achar entre tantos... Hoje em dia me sinto muito satisfeita com as escolhas e com os encontros que tenho feito. Senti isto na pele quando participei de uma reunião em uma escola que está abrindo agora, a Politeia. Vale conhecer a proposta da instituição, seja lá qual for o tipo de educação em que acredite. É uma escola de Ensino Fundamental II. Apesar de ainda ser uma realidade longe dos meus filhos, fui ouvir a palestra de inauguração por vários motivos. Por ser um assunto do meu interesse, a educação, e, principalmente, a educação democrática, e por ter amigos participando da escola, inclusive diretores e corpo docente da escola da Isa.
Foi uma tarde gostosa, ouvindo pessoas se apresentando e a proposta da escola. Eu vi brilho nos olhos de quem falava e de quem ouvia. E, além de ser tão bom ouvir pessoas interessadas com o futuro das crianças, com a educação não apenas como uma troca de conhecimento por nota, mas como uma forma de adquirir o conhecimento legítimo, como uma forma de apropriação do saber pelas crianças e jovens, me senti acolhida por gestos simples.
Enquanto eu amamentava o Pietro, que participou ativamente com seus gritinhos e sua tosse fingida para chamar atenção, a Isadora precisou de mim no banheiro e uma mãe, conhecida, só de olhar para mim já viu que eu precisava de ajuda e prontamente foi lá ver o que a Isa precisava. Uma outra, que eu nem conhecia, me trouxe um copo d´água, pois deve saber que amamentar dá muita sede! Enfim, pequenos gestos que nos fazem sentir acolhidas, em casa, como eu disse no começo do texto. E você, já achou os seus "iguais"?
Imagem: www.gettyimages.com.br
Um comentário:
Legal, o blog de vocês, interessante para mamíferos que não amamentam, também. Para compartilharmos desse olhar cuidadoso com as pessoas, o planeta, os seres e as relações humanas e ternas (ou etéreas). Gostei das citações à Politeia, que se pretende exatamente isso (creio eu): ser uma escol(h)a acolhedoramente democrática!
Bjs de Celso (e Cauê - filho) Sekiguchi, pai - hoje na Teia, ano que vem na Politeia.
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