Juntos, separados ou felizes?

por: Kathy

O vocês acham que afinal é melhor para a felicidade de uma criança? Pais juntos ou pais separados? Acho que a resposta pra mim é tanto faz, contanto que exista respeito, amor, carinho e que a criança se sinta amada, apoiada e amparada pelo pai e pela mãe.

Viver com pais que estão juntos, casados e em pé de guerra, no meio de discussões, agressões e desrespeito deve ser terrível, assim como viver com pais separados que brigam, trocam farpas entre si e vivem se alfinetando também é. Todo ambiente de conflito é ruim e gera problemas para todos os envolvidos.

Claro que a criança filha de pais separados tem que lidar com a dinâmica que esse tipo de relacionamento compreende, que em geral é a de conviver só com a mamãe ou só com o papai de cada vez, e mais raramente com os dois juntos. Mas acredito que não dá pra dizer que ter os pais vivendo juntos é o melhor ou o que deixa as crianças mais felizes e satisfeitas.

Acho que não existe receitinha de felicidade, assim como não acredito na padronização dela. Podemos ser felizes sem fazer parte do modelo, do "ideal", assim como podemos ser muito infelizes mesmo tendo vidas aparentemente comuns e dentro do esperado pela sociedade.

Estou separada do pai do Samuel há um ano e há um ano posso dizer com orgulho não temos mais brigas aqui em casa diante do Sam. Na frente dele, nos respeitamos, somos amigos, brincamos, convivemos e rimos juntos. Tenho um carinho verdadeiro pelo pai do meu filho, e sinto que é algo recíproco. Não é nada forçado, portanto, não fazemos ceninha nem tipo.

Mas é claro que temos nossas diferenças e às vezes precisamos discutir alguns pontos. Porém, tudo o que deve ser resolvido entre eu e o pai do Sam e que pode gerar algum tipo de conflito ou discussão, é resolvido sem a presença do pequeno. Decidimos, sem nem precisar de grandes conversas sobre o assunto, que nosso amor por ele é maior do que qualquer diferença que pudéssemos ter e que por isso nós iríamos poupá-lo de bate-bocas e conversas mais exaltadas.

Tive receio por um tempo, que meu filho se tornasse inseguro, com medo de ser "abandonado", quando o pai dele saiu de casa. Por isso bato muito nessa tecla por aqui, repetindo que papai foi morar na casa dele, mas que volta sempre pra ver o Samuel, que o ama muito, e que ele pode ver o papai sempre que quiser. Reforço que a mamãe também vai estar sempre com ele, e que ele pode contar com nós dois para tudo.

Estamos fazendo o que podemos pra sermos felizes, todos nós. Nunca entendi muito bem aquela idéia de um casal que se mantém junto "pelos filhos". Acho que isso gera culpa nas crianças, porque elas se tornam responsáveis pela infelicidade do papai e da mamãe, que afinal, abdicaram de suas próprias vidas para que eles tivessem uma família padrão... Não, não, muito obrigada, não é bem esse tipo de referência que eu quero passar pro meu pequeno.

Não temos uma família perfeita, assim como não sou uma mãe perfeita, nem o Samuel tem um pai perfeito. Ainda bem, na verdade. Mas nós estamos tentando. Tentando passar referências de vida legais pro nosso menino. E acredito que esteja dando muito certo, ainda bem.

Mesmo nessa vida fora de modelos, sinto no Sam uma alegria imensa, vejo que ele é um menino muito de bem com a vida, carinhoso e feliz, seja comigo, seja com o pai ou com qualquer pessoa. Talvez nossas diferenças e imperfeições tragam a ele problemas algum dia, mas tenho certeza que também vão trazer muitos aprendizados.

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