por Deborah
Já tenho um filho e um cachorro, me sinto como num comercial de margarina... (Um filho e um cachorro - Zeca Baleiro) *
Desde que me imaginei mãe de dois filhos, me via como naqueles comerciais de margarina. Mãe arrumada, filhos felizes, interagindo, café da manhã tranquilo... Me via em parques, brincando com a Isadora, com o Pietro tomando um solzinho e a Isa brincando num tanque de areia com outras crianças
A realidade: o Pietro tem três meses, desde que ele nasceu fui a um parque com os dois apenas uma vez e não foi desta forma. As manhãs? Não são tão tranquilas assim, se a Isa está acordada e em casa faz questão de fazer muito barulho, mexe no irmão quando ele fica quieto, Pietro fica irritado e não dorme.
Cinema, fui apenas uma vez. Academia, aulas de dança, nem pensar. Só consigo mesmo me organizar e ir a festas infantis, dos amiguinhos da Isa, de amigos, parentes. Mas, as saídas não deixam de ser caóticas...
Meu intervalo comercial começou a ser editado no final da gravidez. Meu marido foi trabalhar em outro Estado, ficamos sem carro, eu caí e machuquei o pé. O último mês de gestação, que eu queria aproveitar para curtir a Isadora em seus últimos tempos de filha única, virou uma confusão, eu tendo que dar conta dela sozinha, com um barrigão enorme, a pé e com o tornozelo machucado. Para completar, Pietro nasce de menos de 38 semanas, me pega de surpresa, meu parto domiciliar acaba no hospital, no começo das férias da Isadora...
Tudo exatamente como eu não planejei. E cadê o comercial de margarina?
Por que resolvi escrever sobre isto, já que já falei outras vezes desta minha aventura de ser mãe de dois? Para falar de como a vida nos surpreende, de como é complicado ficarmos idealizando, principalmente para pessoas ansiosas como eu.
Minha família não é como a dos comerciais, sempre, mas, somos felizes sim, mesmo estando incompleta no momento, sem o Renato. Há dias em que consigo rir das situações caóticas, em outros, nem tanto - como hoje... um dia particularmente introspectivo e um pouco triste. Não que tenha acontecido algo em especial, mas estou triste. Acho que atá as "famílias margarina" devem ter seus dias assim...
" Engrosso o coro dos contentes e me contento em ser normal, loucura é quase santidade e o bem , meu bem, pode ser mal..." * (idem)
Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
3 comentários:
Deborah, sou como vc, ansiosa e também fico idealizando, quer dizer, imaginando como será a minha familia qdo meus filhos chegarem. Sei q mtas coisas deixarei de fazer, mas ganharei outras e q não dá pra ser perfeito, mas vai ser a minha familia. Na teoria td é mais fácil, qdo acontecer te conto como será a prática! Todos temos dias menos animados, mas logo passa. Força!
Um beijo!
Querida, essas famílias margarina só existem lá mesmo, nos comerciais!!
Fique bem, big beijo!
Dé,
as famílias "comercial-de-margarina" só existem mesmo na TV, nas fotos, nos cartazes. A realidade é bem mais complexa que isso, mas também muito mais saborosa, muito mais rica e mais divertida. E no final das contas, com todo o caos, toda a bagunça, toda a desordem, cada familinha tem sua mágica, seu jeitinho especial, uma beleza que é única. Sei que existem os momentos difíceis, mas não se deixe levar, chore se for o caso, e bola pra frente!! E estamos aqui pro que vc precisar, flor!
bjinhos
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