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por: Kathy
Meu corpo mudou totalmente depois da gravidez. Eu que não tinha muito seio, ganhei mais volume nessa área. Também nunca na vida tive barriga, mas depois da gravidez ganhei uma pancinha e umas gordurinhas laterais que nunca antes existiram. As pernas que já eram grossas, parece que ficaram ainda mais volumosas. O quadril alargou. Mesmo dois anos e 3 meses depois do nascimento do Sam, eu ainda não voltei ao meu peso normal.
Durante a gravidez, eu tentei não encanar demais. Controlei o que comia (mais qualidade, menos quantidade), bebia muita água e fazia caminhadas. Engordei cerca de 12 quilos no total, mas ainda tem uns 4 por aqui que nunca mais foram embora.
Tento ser prática com relação ao meu corpo, pensar que quero emagrecer porque tenho várias roupas que não me servem mais e que me recuso a comprar novas. Penso também que quero emagrecer porque quero me sentir bem comigo mesma e ser mais saudável.
Quero também ter uma relação mais saudável com a comida, ou seja, não descontar as minhas ansiedades comendo nem achar que uma gigantesca barra de chocolate pode ter o poder de resolver todos os meus problemas como mágica.
Porém, outro dia estávamos eu e Renata falando sobre esses padrões estéticos e nossas próprias insatisfações com o corpo (coincidentemente ou não, depois de uma noite de rodízio de pizza com os pequenos, rs), quando chegamos numa questão importante: Quem realmente se importa com as gordurinhas da nossa barriga? Os homens, nós mesmas, as outras mulheres, o mundo?
Acho que não são os homens, mesmo porque eu não me importo com gordurinhas a mais ou a menos neles. Me importo sim com cérebros a mais e a menos, quando tem de menos verdadeiramente fico incomodada, rs. Da mesma forma, acho que nunca ia gostar de um cara que se importa mais com as minhas gordurinhas do que com a minha personalidade como um todo.
Claro que é difícil a gente se afastar dessa cobrança. Quantas vezes meu "querido" não me dá um abraço mais apertado e fico incomodada com as godurinhas? É uma cobrança dele? Nunca! É algo meu, e eu nem sei bem de onde isso vem, são padrões estéticos que nos são impostos desde tão cedo, que a referência desaparece e fica somente essa obrigação de fazer parte de um padrão, de uma padronização que sei lá quem inventou.
Nosso estilo mamífera de ser é feito de aprendizados diários, e esse pra mim é mais um desses aprendizados. Querer emagrecer não pra entrar na calça 36, mas pra me sentir saudável. Não querer mudar meu corpo pra ter o peito empinadinho igual o da capa da revista, mas pra me sentir bem comigo, me sentir bonita e feliz. Fazer escolhas mais saudáveis diariamente não para ser como a "top model magrela da passarela", mas pra manter meu corpo e minha mente sãos.
Difícil delimitar até onde vai a pressão e a cobrança externa e onde começa nossa própria encanação, mas é sempre algo a se refletir. Difícil também perceber se a nossa própria cobrança é motivada por uma cobrança própria ou por valores pré-moldados.
Nesse período depois da gravidez a gente em geral se sente meio feia mesmo, parece que aquele corpo não é mais o nosso, acho que é um processo de redescoberta e de aceitação dessa nova realidade também desse lado estético. É tudo novo mesmo, e para se sentir bem novamente com seu próprio corpo, acho que a grande mudança parte de dentro mesmo.
Que tal tentarmos aprender todos os dias a nos aceitar um pouquinho mais como somos, aquelas mulheres de verdade, carne, osso, algumas com mais osso do que carne, outras com mais gordurinhas do que osso, estriazinhas, celulitezinhas, tudo o que faz parte do nosso próprio pacote. Não tô dizendo que é fácil não, viu? Processo diário, doloroso às vezes, mas necessário. Sempre com o objetivo de ser mais feliz.
Imagem: www.gettyimages.com.br
6 comentários:
Olá! Realmente o nosso corpo muda muito depois da gravidez, tem gente que em 3 meses já está vestindo as roupas de antes. Eu já desencanei, minha bebê tem 10 meses, mama, e eu não vou me meter em dieta maluca e prejudicar a qualidade do leite dela. Por outro lado, acho que esta questão deve ser bem trabalhada, um pouco de desapego de coisas materiais (leia-se comida)nada de excessos e um pouco mais de atividade física podem contribuir a longo prazo, nada de imediatismos, né?
Ah! Já estava esquecendo: parabéns pelas postagens, não passo um dia sem ler este blog!
Beijos, Thaís.
Eu, apesar de estar uns 5 kg acima do peso, desde que o Miguel nasceu me sinto linda. De verdade! Poderosa, maravilhosa, realizada. Adoro meus peitões cheios de leite, meu corpo que hoje sei que funciona em plenitude.
Processo diário, doloroso às vezes. Sempre com o objetivo de ser mais feliz.²
*Como eu precesava ler isso hoje!!!
Ainda não tive filhos, mas depois q cheguei nos 30 percebi q meu corpo foi mudando. Ele não é mais o mesmo, mas mesmo assim me sinto mto mais bonita do q qdo tinha 18. O tempo passa pra todo mundo e traz mudanças maiores ou menores, td vai depender da maneira como encaramos o mundo e nós mesmas...tendo filhos ou não esse é um fantasma q ronda todas as mulheres!
Beijo!
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