Não há cena mais comum do que nossos filhos armarem aquele berreiro quando precisamos deixá-los em algum lugar. Aquele choro parece entrar na alma e atormenta nossos corações, não é? O que fazer, então, quando na porta da escola as crianças armam um grande escândalo? Na minha opinião o melhor a fazer é conversar, mesmo com crianças muito pequenas. Mesmo que não compreendam, ao falarmos, aliviamos nosso próprio coração.
É importante ressaltar frases como a mamãe vai trabalhar, mas quando o sol sumir estarei aqui para a gente voltar para casa, por exemplo.
Até os 2 anos, os pequenos acreditam que aquilo que não está em seu campo de visão não existe mais. A rotina e rituais ajudam a criar uma segurança com o bebê. Por exemplo, deixar uma bola ou um bichinho de pelúcia antes de sair e recolher ao voltar cria um ritual que confortará a criança.
Eu, particularmente, sou contra sair as escondidas. Internamente, para eles, fica aquela amarga sensação de abandono. E o fundamental é estarmos com o nosso coração tranquilo e seguro para transmitirmos isso a eles. Porque se existir sombras de dúvidas, nossos pequenos radares capturarão e sentirão o cheiro de insegurança.
E você, como faz para que seu filho não chore quando você precisa deixá-lo?
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4 comentários:
A minha pequena vai pra escolinha desde muito cedo (infelizmente eu não tive outra opção) então ela já se acostumou, e quando eu preciso sair e só a deixo com a minha mãe ou minha irmã, pessoas que ela também já esta acostumada e adora, então não tenho problemas com isso não, mas acho que a conversa é realmente o que mais vale!
beijos
Sempre conversar, explicar, sim. Sair às escondidas é a pior opção.
Mesmo a criança chorando, pelo menos vai entender a explicação, aceitando-a ou não. Mas na hora em que parar o choro, vai se lembrar do que foi dito e esperar a volta da Mamãe ou do Papai.
Eu também nunca sai escondida.Lembro-me do Antônio quando foi para a escola.Nunca fez escândo,mas vez ou outra ficava com os olhinhos marejados e eus empre falava,de frente para ele que iria,mas que voltava. Muitas vezes ele já verbalizou o medo que eu o esquecesse.Como isso (óbvio,rs) nunca aconteceu,ele se tornou mais confiante e foi aos poucos curtindo a escola.
Uma coisa que eu acho que não rola, é mentir para a criança. É como se vocÊ estivesse se aproveitando da ingenuidade e da confiança extrema deles. Sei lá, eu acho que é desleal... Sem falar que acho que é um curso prático de mentira e aproveitar-se das limitações dos outros. Então, aqui, não mentimos pro Estêvão. Nunca. Podemos não dizer a verdade toda, porque tem coisas que ele não pode entender, mas faço questão absoluta de dizer algo que se aproxime ao máximo da verdade. Quando alguém próximo faz isso, já aconteceu de a gente desmentir no ato e depois acrescentar: nós jamais mentimos para o Estêvão. Regra da família. NOrmalmente faço isso num tom tão definitivo, que a pessoa fica até sem graça... Mas meu pequeno ainda não vai à escola... Só que vê às pessoas saindo sempre. A primeira vez que ele demonstrou tristeza, nossa empregada, de quem ele gosta muito, estava indo embora. Ela foi se encaminhando para o portão e ele foi berrando atrás, agarrando-se às pernas dele. Eu tive que fazer todo o percurso de cócoras, andando com ele, porque não queria tirar ele do chão, nem correr o risco dele não me ouvir. Eu dizia: a Diva precisa ir pra casinha dela, ela precisa voltar para os filhos dela.. Ela também tem filhos, logo dois... Ela passou aqui o dia inteirinho, cuidando das coisas da gente, agora é hora de ela ir, cuidar da casa dela, do esposo dela... Amanhã ela vem, fica tranqüilo, eu prometo... Abrimos o portão e eu peguei ele no colo, enquanto ela ia embora, ELe soluçava, como se tivessem tirando a vida... E eu ficava: thau, Diva, obrigada por ter vindo pra casa da gente hoje! Um abraço pros seus filhos! Seja bem-vinda pra amanhã! Até logo, Diva.... E ele ficou lá, fungando, até que ela sumisse de vista. Foi triste. Quando aquilo acabou, eu acabei chorando com ele no colo. Dói na gente... Mas, desde aquele dia, nunca mais.
Acho que não ficou provado exatamente até onde eles entendem, então, eu digo tudo, tentando ser o mais expressiva possível, pra que, se ele não pegar o sentido, pegue a intenção, sei lá... Acho que além das palavras, existe o canal do amor, pelo qual muita informação é passada. é no que eu acredito.
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