Imaginem as piores!
por: Kathy
Essa semana recebi em uma das listas de discussão que participo uma matéria especial da revista Pais & Filhos, com data de julho de 2008, e o título "As 40 melhores Maternidades do país".
Segundo a apresentação da reportagem, "a idéia não foi estabelecer um ranking", mas um panorama de "boas opções" para as gestantes. Participaram da pesquisa 30 médicos de 11 estados brasileiros e "centenas" de leitoras (que número preciso, não? rs).
Há vários dados de cada um dos hospitais, mas vou me ater aqui a um que achei alarmante, pra não usar a palavra assustador. Fiquei tão chocada que até fiz uma tabelinha pra vocês compararem. Vejam as taxas de partos normais e cesáreas das "Melhores Maternidades do País" (clique na imagem pra ver ampliada):
Um horror, gente! Das 40 "melhores" maternidades, 36 divulgaram suas taxas. Entre essas 36, somente cinco tem uma taxa de partos normais maior do que a taxa de cesáreas. Em uma delas, a porcentagem é igual, 50% de normais e 50% de cesáreas. Nas outras 30, as taxas de cesáreas estão entre assustadores 67 e 95%!! É demais pra mim... Inaceitável, mesmo.
E tem mais: a Organização Mundial de Saúde considera que os percentuais aceitáveis de cesareanas são de 10 a 15% dos partos, o que significa que nem mesmo as cinco maternidades que têm taxa maior de partos normais estão dentro do recomendado pela OMS!
Essas são as "Melhores Maternidades do País" segundo a matéria da Revista Pais & Filhos, gente. Agora alguém me diz aonde é que nós vamos parar?
Pra finalizar, já que estou meio sem palavras, gostaria de deixar por aqui um ótimo texto que a Folha de S. Paulo publicou na época do lançamento da campanha pró parto normal do Ministério da Saúde. Vamos divulgar essas informações, por favor...
"A alta prevalência das cesáreas leva a uma série de prejuízos: para o bebê, para a mãe e para a gestão dos serviços de saúde. Estudos demonstram que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas, antes do período normal de gestação (40 semanas) têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabam precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. Além disso, no parto cirúrgico há uma separação abrupta e precoce entre mãe e filho, num momento primordial para o estabelecimento de vínculo.
Para as mães, o parto cirúrgico apresenta mais chances de hemorragia, infecção no pós-parto e uma recuperação mais difícil, além de determinar custos mais elevados e desnecessários para a saúde pública e privada.
A falta de informação entre as mulheres faz com que elas não participem dessa escolha entre parto normal e cesareana e, mesmo que num primeiro momento expressem a vontade do parto normal --70%, segundo pesquisas recentes do ministério--, no decorrer do trabalho de parto, são convencidas por um ou outro motivo a aceitar o parto cirúrgico. Em várias situações ocorre o desrespeito à vontade da mulher, prevalecendo convicções pessoais do médico, nem sempre baseadas nas melhores evidências científicas."
(Folha de S. Paulo - maio de 2008)
Imagem: www.gettyimages.com.br
Olá!
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3 comentários:
Por isso escolhi a melhor maternidade do país: minha casa!!!
Entre os vários absurdos, fiquei especialmente chocada com os números do Santa Catarina... caramba! Tá pior que Santa Joana E Pró-Matre! "Involuiu" muito nos últimos 3 anos, desde que as meninas nasceram... affeee!
A Maternidade Escola Januário Cico, em Natal, é uma maternidade pública, especializada em gestações de alto risco. Aliás, uma das poucas maternidades públicas decentes da cidade. Acho que por isso o número de cesáreas é alto.
Eu mesma nasci lá, de parto Leboyer, há quase 20 anos. :)
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