
por: Kathy
Nem sei dizer quantas e quantas vezes pedi irmãozinhos pra minha mãe, pro papai noel e pro meu próprio pai, mas eles nunca vieram. Vinham os primos, muitos primos. Vinham os amiguinhos, não muitos, mas alguns deles. Mas em casa eu sempre fui a única. Filha única. Um termo que sempre vem acompanhado daqueles esteriótipos todos: filho único é sempre mimado, egocêntrico, filho único não sabe dividir, acaba ficando imaturo.
Nem sei dizer quantas e quantas vezes ouvi isso. Com algumas coisas eu concordo. Talvez tenha sido um pouco protegida demais, sim. Afinal, eu era a única, é? Você vira um pouco "filhinha da mamãe" quando o foco das atenções é todo seu, né?
Mas sei lá, não culpo ninguém, depois que virei mãe as culpas todas que a gente joga nos nossos próprios pais perdem todo o sentido. Porque a gente finalmente ENTENDE. O quanto esses caras amaram a gente e fizeram o que podiam, o que souberam, o que conseguiram. O melhor, certamente.
Mas o caso é que eu não conheço essa sensação de ter alguém que é filho do meu pai e da minha mãe. Não sei como seria a minha versão masculina, ou uma versão minha melhorada, puxando a pele mais morena de papai e os olhos verdes de mamãe. Também não tive com quem brigar pela atenção do meus pais, porque ela era sempre toda minha.
Brinquei muito sozinha, muito mesmo, o que considero muito bom. Minha imaginação ia longe, vagava, a criatividade também, e tenho certeza que isso me auxilia até hoje. Lia muito também, tinha mania de livros e cuidava muito bem deles. Não era das mais sociáveis, não. Ficava muito sozinha ou na companhia de adultos. Não sabia muito bem me relacionar com outras crianças e adolescentes da minha idade.
Pelo lado ruim... Talvez tenha mesmo demorado mais para amadurecer, mas isso é algo que se adquire, com vivência de mundo, com situações pelas quais a gente passa. E não, eu não sei dividir. Isso até hoje. Tenho ciúmes das minhas coisas e das pessoas próximas e isso às vezes me atrapalha um pouco, mas não tenho como dizer se por personalidade ou porque eu nunca dividi nada do que era meu com ninguém. Talvez uma mistura dos dois.
Analisando prós e contras, chego à conclusão de que não quero que meu filho passe por essa de ser único. Primeiro porque eu realmente quero ter outros filhos. Segundo, porque vejo os irmãos como parceiros, podem não ser exatamente os melhores amigos do mundo, mas certamente serão capaz de se entenderem, porque vieram do mesmo lugar, porque receberam a mesma base e conviveram desde sempre.
Os pais sempre tem essa tendência de querer dar aos filhos aquilo que não tiveram, né? Pois é. Por isso eu quero muito dar irmãos para o meu filho.
Imagens: www.gettyimages.com.br
3 comentários:
É, ter irmãos às vezes pode ser meio chatinho (principalmente quando queremos atenção, um brinquedo novo, etc. Hahaha). Mas hoje, olhando para trás, revejo muitos episódios da minha infância com minha irmã e meu irmão, as conspirações, as coisas que eram só nossas, as casas na árvore, as as brigas e as alegrias. Às vezes era começar a brincar e em 5 minutos estar todo mundo brigado e cada um pro seu canto! Mas às vezes criávamos mundos de fantasia, cenários, barcos de piratas, recriávamos desenhos animados (naquela época tão mais inocentes que os atuais)... enfim, eu agradeço por ter irmãos.
bom, eu sou fã mais que declarada de família grande...
não troco minha experiência de ter tido irmão por nada. mesmo com as brigas, disputas, diferenças, todas essas coisas normais, e que, no final das contas, só ajudam a gente a crescer e aprender a dividir o espaço com o outro.
bjs!
eu tive quatro irmãos e o legal foi poder escolher o irmão com quem mais me identificava para poder contar meus segredos na adolescencia.
ah! sim, acho que ter irmãos faz toda a diferença, por isso escolhi dar irmãos aos meus filhos tambem.
um beijo
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