
por: Kathy
Eu amo trabalhar. Preciso, gosto, me divirto, me sinto útil, me sustento, me realizo. Obviamente, também amo ter um tempo pra mim. Pra escrever, pra blogar, pra jogar RPG, pra ficar de bobeira no MSN, pra encontrar meus amigos, pra paquerar, pra ver filmes, pra caminhar por aí e pensar na vida, ler, estudar, viajar, dormir, comer uma pizza... Claro, né? Essas coisas todas que todo mundo em sã consciência adora fazer.
Mas, para fazer isso tudo sozinha e sossegada, eu preciso que alguém esteja cuidando do meu filho. Claro que escolho alguém de confiança, mas acontece que eu nunca consigo me desligar completamente. Não há mais essa possibilidade. Acho que a partir do momento em que a gente vira mãe, é instalada uma chavinha que não tem função "OFF". Tem stand by, ok, você até fica desligada, mas com aquela luzinha verde ali, acesa, sempre pronta para atender um chamado fora de hora. E por acaso mãe tem horário? Acho que não, rs.
Daí é um tal de enquanto a gente faz um texto pro trabalho, lembrar que precisa comprar fralda e desandar a pesquisar o melhor preço pela internet. E no meio do programa com os amigos, dar risada sozinha e depois contar pra todo mundo a última gracinha do filho. Comentar com o paquera que precisa fazer um back-up das fotos digitais do pequeno, lembrar no meio do RPG que iria adorar que ele virasse um nerd dos bons pra acompanhar a mamãe ou ainda ter um insight maluco e telefonar pra casa do meio da rua só pra conferir se o menino ainda está dormindo em paz.
Desisti de lutar contra isso e descobri que a melhor saída é tentar conciliar. Dar risada e assumir que há uma parte de nós que nunca mais vai mudar. Uma parte linda, que só agrega, só traz alegria e acrescenta boas coisas, novas experiências, vivências diferenciadas. Não vejo a maternidade como um peso, algo que se mistura na minha vida e me atrapalhe, nem como algo que me diminua, mas sim como mais uma das minhas várias faces. Um lado meu que eu tenho muito orgulho de assumir, e que (perdoem a pieguice, deve ser a minha luzinha sempre em stand by, rs), só me faz ser uma pessoa melhor a cada dia.
Imagem: www.gettyimages.com
3 comentários:
Sabe quando a gente vai lendo alguma coisa e balançando a cabeça junto de tanto que concorda? É bem assim aqui também...a gente muda demais e de fato não existe ex-mãe, é pra sempre e é bom demais!
beijos
Kathy, comigo também é assim mesmo, standby constante, nunca mais desligamos (esse botão foi excluído das nossas vidas!).
Abraços,
Carol Ratton
a coisa é assim mesmo... mas não acho isso ruim, não. acho que ser mãe transforma a gente de um jeito que esse "ser mãe" passa a permear todo o resto, dali por diante. e isso é bom demais, porque o tanto de coisa que a gente aprende quando chega um filhote pode fazer a gente melhorar em todos os outros aspectos da vida...
bjoca!
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