por: Tata
Antigamente, quando uma mulher virava mãe, tinha em torno de si toda uma rede de apoio, uma teia de mulheres que haviam parido, amamentado, embalado, cuidado, por anos a fio antes dela, e que lhe abriam os braços, passando-lhe sua experiência, uma sabedoria infinita que não vinha dos livros, das teorias nem das regras absolutas, mas da vivência da maternidade ali, no dia-a-dia, colocando a 'mão na massa', acertando, errando e aprendendo.
Hoje, essa realidade mudou muito. Quando engravidamos, mal e mal temos tempo de ouvir as estórias de nossas mães e avós sobre as suas próprias gravidezes. Pouco se fala sobre o parto, já que a maioria das mulheres acabou mesmo numa mesa de cirurgia, portanto pouco ou nada tem a dizer sobre a experiência de parir naturalmente. Já não mais ouvimos palavras tranquilizadoras, não podemos mais contar com uma mão amiga que nos diga: "eu já passei por isso".
O mesmo se dá com a amamentação, e com a maternidade de um modo geral. O modo de vida da sociedade moderna trouxe-nos um ritmo cotidiano tal que não permite mais a troca sem pressa, a transmissão da experiência, a oferta da palavra acalentadora, encorajadora. Já não podemos sentar-nos em roda, cada qual com seu bebê nos braços, tias, mães, avós, primas, irmãs, e passar a tarde a simplesmente trocar idéias, contar e ouvir vivências. Antigamente, isso era um ritual familiar. Hoje em dia, esse ritual foi atropelado pelas correrias da vida moderna.
O bacana é que vem surgindo um outro tipo de rede de apoio para ocupar esse espaço. São cantinhos como o mamíferas (às favas com a modéstia, hehe), como a Parto do Princípio, o grupo Matrice, o grupo Mama, o Gama, as listas materna, partonosso, bestbaby, entre tantos outros espaços onde a gente pode se encontrar, mesmo que virtualmente, com pessoas que passaram pelo que estamos passando, que podem nos oferecer uma solução em momentos de dificuldade, uma palavra encorajadora nas horas mais difíceis, ou apenas um ombro para apoiar-se e receber carinho, o que também é importante demais.
Algumas de nós têm a sorte de ter esses círculos próximos, entre mães, amigas, tias, irmãs, primas, vizinhas. Outras não. Mas para todas, esse círculo virtual também pode fazer a diferença, afinal apoio e empatia nunca são demais. Ler relatos de parto ou de amamentação, acompanhar as respostas a uma dúvida que afinal também é (ou já foi) sua, poder estender a mão quando alguém passa por uma dificuldade que você mesma já superou. Tudo isso tem um valor inestimável.
Afinal, é como dizia a música: "um mais um é sempre mais que dois".
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Imagem: http://ww1.rtp.pt/
3 comentários:
e eu agredeço por ter encontrado vcs. huahaua
se tivesse continuado no círculo anterior, teria tido várias cesáreas, não tinha amamentado além de 1 ano, meus filhos estariam entupidos de tanto antibiótico, blá blá blá.
beijo
Rê,
Esses círculos que andam se criando são excelentes...
Mas, sempre questiono esse lance de parentada toda junta....
Antigamente, eram outros tempos...
Hoje em dia, temos outras idéias, somos arrojadas, queremos decidir, corromper, libertar...
Daí imagine só Renatinha borbulhante com suas lindas pimentinhas ouvindo millll pitacos e em muitas vezes tendo que obedecer...Tsc...tsc...tsc....
Não é pra nós amiga.
Não é mesmo.rsrsrs
bjs
Ana, eu até entendo teu comentário, mas eu quando penso nessa "roda" penso mais numa roda de apoio, de suporte, de carinho, do que numa roda de "aconselhamento". Eu acho que é só essa coisa da energia feminina rolando solta, saca? Mais do que conselhos, palpites, a força da energia feminina criando um círculo bacana. É isso...
bjo!
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