por: Kalu
Segundo estudos de musicoterapia, a partir da 20 semanade gestação, o bebezinho já é capaz de ouvir e reconhecer a voz da mãe e de outras pessoas próximas, assim como reconhecer sentimentos. Por isso, o estímulo auditivo através do canto e da fala podem funcionar como um referencial para os bebês.
As músicas ouvidas e cantadas durante a gestação têm um efeito absolutamente mágico sobre os pequenos. Todos os dias, durante minha gestação, eu ouvia um mantra. Foi ouvindo este som que dei a luz ao Miguel, ninei ele para adormecer todas as noites. Fazemos diariamente o ritual do sono, shantala (massagem indiana para bebês) em uma luz baixa, banho quente e finalizando com a mamada noturna. Em todas estas etapas o mantra funciona como um referencial para meu filho.
Quando estamos em silêncio, meu filho entoa o mantra, na linguagme dele, para que ele mesmo possa dormir. Este ato de ninar, para mim, é uma expressão do meu amor. Fico encantada ao vê-lo adormecido em meus braço, com um ar de segurança que permite a entrega ao sono. Segundo os neurocientistas, o cérebro dá grande valor a isso, com um sistema especializado em detectar carinhos. Quem foi ninado sabe que foi uma criança amada. Mas não é só isso. Canções de ninar, pouco importa o tema, têm algo em comum: o ritmo, que conduz melodias simples a uma taxa de cerca de sete batidas a cada dez segundos.
Por que o número é importante? Mircea Steriade, falecido neurocientista romeno explica. Especialista nos ritmos elétricos produzidos pelo cérebro nos vários estados de sono e vigília, Steriade descobriu que, quando adormecemos, o córtex produz ondas de aumento e então redução de sua atividade elétrica a um ritmo de cerca de sete ondas a cada dez segundos. Esse ritmo, sempre abaixo de uma onda por segundo, "recruta" o tálamo, que começa a produzir em sincronia com ele as ondas delta do sono profundo, que, por sua vez, invadem o restante do cérebro e nos tiram da vigília.
Canções de ninar são um meio de induzir ao cérebro a entrar nesta frequência de sono, de reconhecmento que ali é um lugar seguro e que podemos nos entregar. Outro dado curioso é que todas as mães, não importa a etnia ou cultura, falam com seus bebês, naquela linguagem carinhosa de mãe em uma frequência universal, que as crianças reconhecem como expressão de nosso carinho. Lembro-me de, quando me perdi em uma caminhada ecológica, do desejo em escutar a voz de mnha mãe. quando isso aconteceu, senti uma segurança inenarrável.
Em todos os momentos, através de todos os sentidos, podemos transformar a maternidade em uma oportunidade de inspiração e crescimento mútuos.
3 comentários:
Não tem nada melhor do que ninar os nossos baixinhos mesmo, e isso acontece comigo também, músicas que eu canto pra ela desde a barriga ela reconhece e se acalma na hora, e ela já está com 2 anos!
É um laço que nós temos e que eu ainda pretendo cultivá-lo, enquanto ela quiser!
beijos!
Uma coisa curiosa: cantei muito pra minha primeira filha dormir! Cantava de tudo, das canções de ninar até Legião Urbana! Mas depois que tive o segundo e o terceiro não dá mais tempo hehehehe! Até tentei cantar para o segundo, mas ele gostava de adormecer sozinho no berço (acho que pq onde morávamos era muito calor). Com o mais novo, tem tanta coisa acontecendo em volta que nem lembro de cantar! Mas essa noite vou soltar a voz!!!!!!
Adorei o blog!
Beijos
Também AMO cantar com o meu Sam Sam desde sempre!!
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