Depois de 5 ou 6 meses de dedicação e lactação exclusiva chega a hora de muitas mulheres voltarem para o trabalho. Este é um momento muito difícil, uma vez que nesta idade nossos bebezinhos são tão dependentes... Muitas mulheres, assim como eu, colocam os prós e contras na balança ou abandonam seus empregos ou buscam flexibilidade. Como jornalista eu consegui virar free lancer da agência que trabalho em São Paulo e faço minhas atividades em minha residência aqui em Belo Horizonte.
Tenho uma rotina intensa de trabalho, mas o interessante é que posso conciliar com os cuidados com o Miguel, que até hoje, graças a isso, mama em livre demanda com seus 1 ano e 5 meses. Claro que tem seus contras, como ter que viajar sempre para São Paulo. Lá me torno uma mulher executiva, que sai as 9 horas da manhã e só volta depois das 20 horas. Nesta hora sinto meu coração apertar. Deixo o Miguel com a moça que trabalha para minha mãe. Ela cuida super bem dele (porque ele a adora), mas dá doces e deixa o menino o dia todo em frente a televisão. Já pedi, expliquei, mas não adianta. Eu não estou lá.
O que e consola é que essa é uma situação temporária. Trabalho em minha vida sempre foi prioridade. Ano que vem o Miguel começa na escolhinha pela manhã. A tarde ele ficará aqui em casa com uma menina que olha ele desde pequenininho. Depois de 2 anos de dedicação, quero voltar a estudar (mestrado) e aumentar minha carteira de clientes.
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Resolvi esperar estes 2 anos para este retorno ao mercado de trabalho e para colocar o Miguel na escola, porque com a amanentação, o sistema imunológico da criança se foralece depois dos 24 meses. Isso evitará que ele adoeça com frequência. Sem contar que não sentia o Miguel preparado para o jardim de infância. Agora percebo que ele está ficando mais independente e já consegue prestar atenção em uma mesma coisa por um bom tempo.
Escolhi uma escola muito legal para ele. Sempre ouvi dizer que a escola deve ser uma extensão da educação que os pais dão em casa. Por isso escolhi um colégio Waldorf.
Penso que nós mulheres, neste momento de retorno ao trabalho, somos colocads em cheque com nossas escolhas. Uma vez que a maternidade mamífera é algo tão transformador. Mas trabalhar em casa ou fora dela não é o que determina que uma mulher é uma mãe pior ou melhor. Acredito que somos boas mães quando conseguimos encontrar a paz e a felicidade em nossas escolhas.
E você, como fez para conciliar a maternidade e o trabalho? Quais foram suas dificuldades e aprendizados?
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