por: Tata
Se um dia alguém decidir catalogar os inúmeros 'tipos de mãe' que existem por aí, eu certamente vou me enquadrar na categoria 'desencanada', 'relax', ou algo do tipo.
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Vira e mexe eu vejo mães comentando entre si: "meu filho, com seis meses, pesava xx!", ou "do quarto pro quinto mês, meu filho só cresceu xx cm!!". Isso, de mães de filhos já andando pelos dois ou três anos.
Cara, eu não faço A MENOR idéia do quanto as pimentas pesavam pelos cinco, dez ou doze meses. Pra dizer a verdade, não sei nem o quanto elas estão pesando hoje. Quantos centímetros elas cresceram, mês a mês?? Se eu disser que não me lembro nem com quantos centímetros elas nasceram, vocês acreditam?
Não é só isso, não. São poucas as datas exatas que eu consigo me lembrar. Sei a idade com que as meninas começaram a engatinhar e a andar. De resto, não me lembro mais de data nenhuma. Sempre ouço mães comentando que seus filhotes começaram a segurar objetos com tantos meses, a sentar sem apoio com tal idade, que tiveram o primeiro dentinho nascendo em tal época. Eu tenho vivas dentro de mim as sensações de cada um desses momentos, mas não me perguntem quando foi que aconteceu o quê, porque vou me embananar toda. Outro dia, conversava com duas amigas que trocavam idéias sobre dentição infantil, e me dei conta que não tenho a mais vaga idéia de quantos dentes as meninas têm. Sei que elas não são banguelas, mas não me cobre informação além disso, rs.
Pode parecer descuido. Mas pra mim, é a expressão máxima do meu jeito de exercer a maternidade: intuitivamente. Ser mãe, cuidar das minhas filhas, acompanhar o seu desenvolvimento, tudo isso sempre foi uma coisa natural e fluida pra mim. Não sinto necessidade de coletar dados, contar degraus, anotar datas, controlar números ou valores. Meu jeito de saber se elas estão bem é outro, e passa muito mais pelo sentimento do que pela racionalidade. Mais do que saber das minhas filhas, eu as sinto. A cada momento.
Não que anotar datas seja errado. São apenas formas diferentes de se ver a mesma coisa. Cada um tem o seu jeito de encarar a vida, de viver as experiências, e isso vale para a maternidade também. Um jeito não é melhor do que outro. O que funciona pra mim pode não funcionar pra você, e vice-versa.
Eu levo pro meu 'ser-mãe' uma característica que é minha, de vida, para tudo: algo que vai na linha do que diz a música, 'compreender a marcha e ir tocando em frente', com tranquilidade, relaxada, sem cobrar da vida, deixando as coisas acontecerem.
É que na verdade, desde que eu me tornei mãe, esse é meu passatempo preferido: sentar-me tranquila, abrir os braços para as minhas filhotas, sentir seu cheirinho particular e curtir aquela sensação gostosa no fundo do peito, ouvir aquela vozinha que vem lá de dentro e me diz que estamos indo bem.
Essa vozinha é sábia, e nela eu confio mais que em qualquer tabela, especialista, esquema ou padrão pré-definido.
Essa vozinha, a mesma que me diz que o que de mais belo se pode dar a um filho é a liberdade, de ser e crescer como tiver que ser, com pezinhos caminhando livres pela estrada da vida.
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Imagem: http://www.gettyimages.com.br/
4 comentários:
Olá, Renata. Ando descobrindo os blogs agora, encantada. Antes, pensava eu, os blogs eram apenas para postar fotos e fazer um ou outro comentário sobre as mesmas.Agora sou aficcionada em lê-los, pelo mundo afora e vou criar um pra mim. Digo a você: bom que seja assim, desligada dos detalhes. Mas torça pra que suas filhas o sejam, também, senão irão "cobrar" de você, mais tarde. Sei que não tem relevância nenhuma, pra nossa vida, saber quando fizemos isso ou aquilo, e em que tempo. Mas é bom demais recordar, depois de adultos!
É, entendo seu lado, sabe.... não acho que você esteja errada. Porém, eu, particularmente, adoro saber dos detalhes da minha infância, e ficaria bem chateada se minha mãe não tivesse anotado nada a respeito disso. Talvez seria legal você deixar algumas coisas registradas, para suas filhas verem um dia, talvez elas também gostem.
Beijos
queridas, obrigada pelas opiniões! :-)
mas acho q uma coisa ficou meio mal-entendida: o fato de eu não controlar datas, valores, marcas, etc, não significa q eu não guarde lembranças. guardo, mas do meu jeito. só o blog que escrevo pra elas, com cada pequena conquista, cada coisinha bacana q elas falam ou descobrem, cada momentozinho especial que passamos juntas e fica lá registrado, acho que já vai ser uma lembrança e tanto para elas saborearem quando crescerem...
esse é o meu jeito de guardar os momentos pra elas!
bjos e obrigada pelos comentários!!
Pois é, Renata. Procurei e achei o blog das suas Pimentinhas. Isso que vc faz é exatamente um "diário" delas, não se lembra de datas mas elas estão registradas, lá. Parabéns! Suas filhas são lindas, saudáveis, bem humoradas como você e muito, muito amadas e devidamente "documentadas" para o futuro. "Deleta" o que falei,no primeiro comentário...
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