Quando o bebê nasce, sua única forma de comunicação é através do choro. Choro que significa fome, sono, incômodo com o silêncio, com a falta de movimento, com a ausência constante do abraço das entranhas. E tudo se resolve, muitas vezes, com um colo de mãe e um peito gostoso. Bebês recém-nascidos não são manhosos e muito menos desenvolverão um comportamento dominador em relação a mãe. Recém-nascidos precisam do colo, do calor e principalmente única e exclusivamente do peito para crescerem seguros e felizes.
Por isso, se você é mamãe de primeira viagem, saiba que você sentirá saudades de quando você era a única fonte de conforto do seu filho. Logo o mundo começa a ganhar foco, a cabeça força para olhar em todas as direções e o corpo fica firme para começar a se movimentar por aí. Às vezes é dífícil acordar de 2 em 2 horas, dar de mamar a noite toda. A melhor solução para isso, a meu ver, é praticar cama compartilhada. Ou seja, colocar o bebê para dormir junto da mãe. Assim enquanto ele mama você pode voltar a dormir em seguida.
Outra dica que funcionou aqui em casa foi tirar férias do mundo e dedicar-me exclusivamente ao bebê durante à licença maternidade. Isso significa dormir com ele durante a tarde, fazer passeios matinais em uma praça, ler um livro gostoso enquanto o bebê mama ou simplesmente ficar olhando aquela carinha linda, beijando sua mão e agradecendo pela dádiva de ser mãe. Algumas vezes dá uma angústia de sentir-se apenas um peito ambulante, mas lembre-se, passa rápido. Fazer atividades prazerosas com o bebê como dançar (pode ser em casa ou em grupo), ir ao cinema (cinematerna), ajuda a vivenciar esta fase com equilíbrio e alegria.
Já as mamãe de mais filhos precisam de uma força a mais, porque durante o sono do bebê pode ser uma boa chance de passar um tempinho sozinha com o(s) filho(s) mais velho(s). Lembre-se de que a natureza é sábia: o hormônio do leite (prolactina), tem um efeito de dar resistência a aguentar várias horas sem dormir.
Aos poucos as crianças passam a dormir menos durante o dia e dormem por mais horas durante a noite. Uma coisa que eu acho fundamental é não "treinar" o bebê a não mamar, acordar durante a noite. Eu acho que eles não acordam porque são "dominadores", porque querem mostrar posse. Eles com 1, 2, 3 anos ainda estão em fase de transição entre o bebê e a criança e terão a vida inteira para dormir sozinhos.
No livro “Soluções para Noites de Choro”, da educadora Elizabeth Pantley, ela diz que é perfeitamente natural e totalmente esperado que crianças de até 6 anos acordem à noite e precisem da ajuda dos pais para voltar a dormir. Segundo a autora, dormir a noite toda, todas as noites e sem precisar da ajuda dos pais é como aprender a andar ou falar: as crianças chegam lá, mas fazem em seu próprio ritmo, um pouquinho por vez.
O cérebro da criança cresce até cerca de 70% do volume adulto durante os primeiros 2 anos e é possível que o sono leve ajude esse órgão a se desenvolver. Encorajar um bebê a dormir profundamente cedo demais, portanto, pode não ser de interesse para o seu desenvolvimento. O que pode ser feito, então? É preciso aceitar que as coisas foram programadas assim, que os bebês crescem rapidamente e que essa fase passa logo e muda de criança para criança.
Eu não consigo conceber deixar meu filho chorando para que ele não crie associação entre mamar e dormir. Eu acredito que isso deixará de acontecer naturalmente e como consigo dormir com ele "conectado" aos peito, não vejo maiores problemas.
Engraçado que nós adultos amamos dormir juntinhos, sentimo-nos confortáveis com o calor de outrém junto ao nosso corpo. Esse é um impulso de nossa espécie, ainda mais aflorado em um bebê. Se vivêssemos em uma floretsa, certamente não deixaríamos um bebê ou criança dormir sozinho, uma vez que estariam expostos ao ataque de uma fera selvagem. Talvez esta seja uma memória ancenstral que faça os bebês "solicitarem" a presença de seus pais na calada da noite.
Claro que cada um tem seu limite de ficar sem dormir, necessidade de trabalhar e estar bem-disposto na manhã seguinte. Aqui em casa, como já contei em outros posts, não pratiquei a cama compartilhada tradicional. No primeiro mês Miguel dormiu conosco. Depois, passei a deixá-lo dormir no berço, até que acordasse e então dormia com ele em uma cama um pouco maior que de solteiro. Algumas vezes dormia a noite toda, em outras voltava para meu quarto.
Aos poucos Miguel foi acordando menos e dormindo a noite toda. Com um pouco mais de um ano já dormia 6 horas seguidas, mamando voltando a dormir mais 6 (junto da mamãe). Hoje com 2 anos e meio, acorda algumas vezes, e cada dia menos, dorme direto das 20h30 às 7h30. Vou para o quarto dele, dou mais peito e ele dorme até umas 9h30.
Eu trabalho em casa, então nos dias de "sono difícil", por conta de uma doença, sempre cochilei com ele durante o dia para estar disposta para cuidar dele com tranquilidade. Eu não me incomodo que ele associe o mamar com o dormir. Alguém poderia me explicar qual mal há nisso?
A sucção faz com que a criança comece a voltar-se para dentro, até que possa se entregar ao sono profundo. Como sou contra chupetas e mamadeiras, acho o peito fundamental para esta finalidade.
Eu acredito que quando chega o momento, eles simplesmente dormem sem precisar mamar. Basta um carinho, uma melodia. Um dia eles chegarão la. Todos vão chegar a dormir uma noite inteira sem solicitar a presença dos pais. Exigir este momento precocemente não me parece natural e saudável. Mas cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é dentro de sua realidade. A maternidade é uma experiência maravilhosa que exige um tanto de dedicação e superação de nossa parte.
E você, qual sua opinião sobre o assunto?
Imagem: Kalu Brum - foto de arquivo
5 comentários:
Eu não posso reclamar...eu sempre dei peito todas as vezes que o pequeno acordava de madrugada, mesmo ouvindo opiniões absurdas de que ele nunca dormiria a noite toda pq sempre acordaria para mamar...até que sozinho ele passou a acordar cada vez menos e desde os 10 meses dorme a noite toda! De vez em quando acorda e eu continuo dando peito, mas é bem raro!
beijos, Re
Eu sempre dei peito pra Letícia, mesmo pra ela dormir. As únicas pessoas que me apoiavam eram meu marido, mãe e sogra. Os outros ficavam temerosos de eu estar acostumando mal a menina... No comecinho, até o segundo mês, ela dormia na cama com a gente. Depois, aos poucos, fomos colocando ela no berço e hoje ela dorme lá.
Claro, eu passava noites em claro com ela: querendo mamar, querendo brincar... mas, aos 7 meses, ela passou a dormir a noite toda, sem eu treiná-la pra nada.
Pena que aos 10 meses ela desistiu do peito... sinto uma falta imensa de dar de mamar, viu?! É uma fase que passa rápido demais mesmo, curtam muito!
Também sempre dei peito e carinho, todas as vezes que meu filho pediu. Às vezes a gente tá cansada, com sono, gripada ou sei lá e eles não querem dormir, ficam chorando e dá uma vontade de sair correndo... hueheuheue...
Eles sentem nossa tranquilidade e nosso nervosismo, portanto quanto mais calma estiver a mamãe mais calmo estará o bebê. E isso se perpetua em todos os aspectos, mas creio que principalmente na hora do sono.
Participo de uma lista de discursão de mães onde estava rolando esse assunto "o sono do bebê". Até postei sobre isso no meu blog, se quiser pode espiar. ;)
Beijinhos,
Lívia do Uriel (13 meses)
tudo fica mais facil qdo se pode tirar cochilos a tarde...o duro é ter que acordar inumeras vezes a noite,ficar sem dormir,e no dia seguinte enfrentar um dia de trabalho,com cobranças e ter que ficar com a cara bonita pra atender a todos.por isso sou a favor da mamadeira mesmo,que é pra dormir melhor.nao sou menos mãe nem amo menos meu garoto,que nunca ficou doente com 4 anos,nunca tomou antibioticos!
Eu nunca tive nada contra a associação do peito com o soninho, mas ontem mesmo aconteceu de meu afilhado ter que ficar, pela primeira vez, algumas horas na minha casa, e ele dormiu de cansaço, chorando porque queria peito (mesmo que tivesse mamado suficiente/bastante há menos de uma hora), algo que realmente eu não tinha como resolver... Fico me perguntando o que fazer nessas situações... O que me dizem, meninas?
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