Das Bobagens que a Gente Escuta...

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por: Tata

Às vezes eu me pergunto porque é que as pessoas costumam achar que ter um bebê nos braços significa que você está aberta para conselhos não-soliticitados, palpites enxeridos, comentários inoportunos e intromissões e pentelhações em geral. Uff. Cansa, viu?

Eu tinha me esquecido, porque conforme os bebês vão crescendo, parece que as pessoas vão se sentindo menos autorizadas a se intrometer na sua vida, e a palpitar sobre o que você faz ou deixa de fazer com os seus filhotes. Mas agora, com a Chiara sempre a tiracolo, estou me lembrando de que quando a cria é recém-nascida, ou ainda bebezinho... vixe. Haja paciência, porque a chuva de palpites não pára.

Ultimamente, o que mais tem me rendido falação no ouvido e intromissões em geral é o uso do sling ou, mais recentemente, do fast wrap que comecei a usar, e já me apaixonei. Tem sempre um pra dizer que a coluna do bebê está assim ou assado, que o bebê vai passar frio ou calor, que vai sufocar lá dentro, que vai ficar com câimbra (acreditem, eu já ouvi isso!), entre outras bobagens pra lá de criativas.

Outro dia, tomando café da manhã em uma padaria aqui perto de casa com a Chiara aconchegadinha no meu lindo sampasling de velcro rosa-camuflado, fui parada em uma mesa de senhoras. Uma delas me perguntou: "é um cachorrinho que você tem aí dentro??". Sinceramente! Quem em sã consciência tomaria café da manhã com um cachorro pendurado no ombro?? Em seguida, quando expliquei que era uma bebezinha, veio a pergunta: "ai... ela não está sufocada aí dentro??". Juro que minha vontade foi responder: "bom, não sei, deve estar, ainda não verifiquei, quando chegar em casa eu vejo!!". Afe.

Em outra ocasião, a Chiara deliciosamente embrulhadinha no meu fastwrap roxo mega fashion (rs), ouvi: "nossa, mas deve estar abafado aí dentro, ela está respirando??". Contei até dez para evitar uma resposta malcriada. Teve quem me perguntasse se o pano não arrebentava. Para essa, pensei em responder: "bom, arrebenta sim, na verdade 40% dos bebês carregados assim caem de cabeça, mas eu pensei bem e achei que 60% era uma boa taxa de sobrevivência, afinal, é mais de metade, né??". Uma outra, ao me ver carregando a Chiara no fast com as costinhas encostadas na minha barriga, ou seja, olhando o mundo de frente com apenas a carinha de fora (estava um frio danado!!), chegou perguntando: "o pano não está machucando o pescocinho dela?". Educadamente, respondi que não. A moça insistiu: "não, acho que está machucando sim, viu?". Respirei fundo e mantive a boa-educação: "não, ela está bem". Pois a criatura não se fez de rogada, e já veio com a maozona pro meu lado (ou melhor, pro lado da Chiara): "ah, está machucando sim, deixa eu afastar esse pano...". Putz. Paciência tem limites, né? Mais do que depressa, interceptei a mãozona cheia de dedos da intrometida, deixei de lado as boas maneiras e fui enfática: "dá licença, que a filha é minha e eu sei o que é bom ou não pra ela??".

Isso, sem contar a imensa quantidade de vezes que, antes mesmo que eu me dê conta, percebo uma mão intrometida a afastar o pano para ver a carinha da bebê aconchegadinha lá dentro. Isso, sem pedir licença, sem perguntar se pode, nada!!

Agora me digam: esse povo é intrometido mesmo, ou sou eu que sou chata demais??

Imagem: arquivo pessoal (Chiara no fast wrap - pela cara da mocinha, dá pra ver como ela está suuuper desconfortável, não? =P )