por: Kathy
Bom dia, Mamíferas! Antes de mais nada queria dizer que ontem a Net/Virtua me deixou sem internet depois das 22h e por isso acabei não atualizando o blog a tempo. Desculpem! O post vai sair com data de quinta-feira, mas na verdade está sendo colocado hoje, sexta-feira, dia 26. Desculpem o atraso!
Antes de engravidar eu nunca havia ouvido falar sobre plano de parto. Depois que engravidei e comecei a me informar sobre o assunto esse termo começou a aparecer bastante em listas de discussão e eu entendi que é um procedimento mais do que importante e muito útil tanto para a gente saber o que pode acontecer durante o trabalho de parto como pra pensar o que gostaríamos ou não de fazer.
É legal pensar no plano de parto junto com o pai do bebê, assim o casal reflete junto sobre os desejos que cada um tem, as vontades, os medos, discute a necessidade de cada intervenção médica e pensa na experiência de parto que os dois gostariam de ter. Claro que aqui sempre defenderemos o protagonismo feminino, que as vontades da mulher prevaleçam, já que o parto ocorre no corpo dela, mas é importante demais contar com o apoio do companheiro. Geralmente a mulher que está parindo se sente muito mais segura e amparada quando o pai do bebê está com ela nesse momento, portanto, é bem importante envolver o pai nessas decsões.
Também é importante que o pai participe e saiba o que a mulher espera para o nascimento do bebê porque em certos momentos do parto ela acaba mesmo ficando incomunicável, totalmente absorvida, seja preocupada em respirar e encontrar uma posição mais confortável para esperar a próxima contração ou mesmo envolvida na magia toda do momento, quando a gente vira meio bicho mesmo, puro instinto, e parece alheia a tudo o que acontece ao redor. Nessa hora um pai que sabe o que a sua companheira pretende para o parto pode ajudar muito seja dizendo para o médico que não, ela não quer anestesia de jeito nenhum, ou ainda colocando o CD com a música que ela havia pedido para ouvir durante o TP mas no meio do processo todo já havia esquecido.
O plano de parto fala de tudo isso, de detalhes como uma música a ser colocada durante o nascimento da criança, até a vontade da mulher de ter um parto natural sem nenhum tipo de anestesia, por exemplo. É claro que muitas coisas podem mudar até a hora do nascimento do bebê. Você pode achar lindo e romântico imaginar que o nascimento seja na água e até mesmo colocar esse desejo em seu plano, mas na hora do parto seu corpo não aguenta e você tem o instinto de ficar de cócoras, por exemplo. Ou você acha que não se incomodaria se sua mãe assistisse ao parto, mas na hora H você percebe que o olhar de sofrimento dela a cada contração sua está atrapalhando o andamento do processo e acaba achando melhor pedir que ela saia um pouco e volte em outro momento. São exemplos, mas que podem acontecer e nos ajudam a lembrar que é importante refletir sobre o que desejamos, mas que nada é definitivo, e pensando assim o plano funciona mais como um direcionamento do que como uma decisão sacramentada, sem retorno.
Pense em quem você gostaria que estivesse ao seu lado no nascimento do seu bebê: o pai, seus familiares, seus outros filhos, uma doula, aquela amiga querida... Pense se você não se incomodaria com intervenções habituais em hospitais como o uso soro com ocitocina, a raspagem dos pêlos pubianos, a episiotomia, a anestesia, o uso da camisola hospitalar, entre outras coisas.
Mas faz assm tanta diferença usar ou não a camisola do hospital? Faz sim. O parto é um momento em que você deve se sentir à vontade para ficar como bem entender. Enfrentar o TP com uma camisolinha que deixa seu bumbum de fora pode não ser a sensação mais confortável da face da terra, acredite. Raspar os pêlos pode ser mesmo um problema? Sim, parece uma bobagem, mas quando você estiver se recuperando do parto aqueles pêlos todos crescendo novamente vão incomodar bastante. É um procedimento sem qualquer necessidade, portanto, e é preciso avaliar se você quer mesmo passar por ele.
O soro com ocitocina pode ajudar em alguns momentos, mas utilizado sem critérios atrapalha o andamento do trabalho de parto, já que pode causar contrações mais fortes do que aquelas para as quais o corpo está preparado, o que faria a mulher perder o controle do seu próprio processo e pedir pela anestesia, por exemplo. Não há problema algum em ter um parto com anestesia, não é mais mérito ou menos mérito, mas é importante saber que a anestesia pode fazer com que a mulher não controle mais a força que faz para o bebê nascer, por exemplo, e acabe com uma episiotomia, um corte no períneo que vai depois doer para cicatrizar, causar incômodo, pode infeccionar, enfim, uma intervenção acaba trazendo a próxima, e assim a gente vai perdendo o controle de um processo que até então era só nosso.
É legal pensar se você gostaria de ter liberdade para se alimentar e beber água quando estivesse em TP, (e o que comer, héim? Será que não é legal lembrar o marido de comprar seu sorvete de chocolate favorito, por exemplo?). É uma boa conversar com sua doula sobre os óleos que poderiam ser utilzados em massagens e escolher os que você mais gosta, conhecer as diferentes posições para o momento do trabalho de parto e refletir sobre quais você acha que poderiam te ajudar. Você pode procurar florais e homeopatias que possam ser usadas no trabalho de parto, além de outros acessórios para te acompanharem no momento. Procure conhecer também as intervenções mais comuns a serem feitas nos recém nascidos e a real necessidade de cada procedimento assim que o nenê nasce. Será mesmo preciso aspirá-lo? É legal pingar colírio com nitrato de prata? Vitamina K é uma preocupação pra você? Você quer que o médico espere o cordão umblical parar de pulsar antes de ser cortado?
Mesmo para quem faz parto domiciliar com uma equipe toda humanizada e afinada é imprescindível pensar, por exemplo, para qual hospital a mulher gostaria de ser transferida em caso de necessidade e quais seriam os procedimentos se uma cesárea for necessária.
Pense também em rituais e desejos que, na emoção do momento podem ser esquecidos: você quer fotografar ou filmar o nascimento? Quem vai cortar o cordão umbilical? O que você deseja fazer com a placenta? Quem deve ser avisado do nascimento? Além de ser um exercício interessante e instrutivo, certamente vai te ajudar a ter muitas informações sobre o momento do parto.
Depois de escrever o plano de parto, mostre-o para quem vai acompanhar seu parto: médico, parteira, enfermeira obstetra, doula, pediatra, neonatologista, anestesista, enfim, para a equipe que vai estar com você. Discuta com eles, troque idéias, converse muito. Certamente esse documento será muito importante para o nascimento do seu bebê.
Ah, além das sugestões que coloquei aqui, buscando pela internet você encontra alguns modelos interessantes de plano de parto como esse por exemplo que podem ser copiados e adaptados para cada necessidade. Bons planos e boa hora!
4 comentários:
muito interessante isso!!! como falei anteriormente estou ainda me preparando para ficar gravida... não sabia que precisava disto!!!
Nao deveria precisar mesmo. mas as intervençoes sao tantas que acaba precisando pra vc ter minimamente o que deseja. E aidna corre o risco de, se a equipe nao for humanizada, aquilo td ser deixado de lado.
Bjks
eu estou tentando escrever o meu e a cada tópico acho besteira, pois são coisas simples a primeira lida. mas depois de ler seu texto, vi que meus desejos são, sim, mto importantes nessa hora! valeu!
Estou me preparando pra engravidar, mas desde o primeiro momento que li sobre o plano de parto, achei interessante. Na minha cidade não encontrei nenhum GO humanizado de verdade. Uma amiga que teve bebê recentemente frequenta o mesmo GO que eu, e fiquei feliz pq na época ela falou que havia levado o pp pra ele, eles haviam discutido e tudo mais... mas na hora "p", muitas coisas que estavam no pp dela não foram respeitadas. Ou seja, é bastante provável que aconteça o mesmo comigo. Fiquei decepcionada. Mesmo assim não é um instrumento que eu pense em descartar não.
Abraços!
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