por: Tata
Hoje, aqui em casa, foi o dia de batizar a Chiara.
Quem me conhece um pouco deve estar esfregando os olhos, voltando pra reler a frase acima, só pra ter certeza que não entendeu errado. Não, não, é isso mesmo: hoje, batizamos a nossa pimentinha caçula.
Eu não sou católica, nem mesmo cristã. Tenho, sim, uma religiosidade muito própria, muito particular, coisas em que acredito, rituais que pratico e que têm significado pra mim. Enfim, sou uma pessoa de fé. Mas não tenho religião.
Acontece que o Renato, paizão das pimentas, apesar de também não ser uma pessoa religiosa, muito menos um católico fervoroso, tinha esse desejo de batizar nossas filhas. O significado desse ritual, para ele, tinha a ver com a ligação com o pai, esse sim, bastante religioso. Como o pai dele faleceu há alguns anos, e não chegou a conhecer as netas, para ele o ritual do batismo significava conectá-las de alguma forma com esse avô não conhecido, mas que certamente as teria amado muito.
Conversamos muito, longamente, sobre isso. Várias vezes. Eu relutava em batizar as meninas. As mais velhas não são batizadas, eu mesma não o sou. Eu acredito que religião é algo que deve ser escolhido conscientemente, algo voluntário. Não faz o menor sentido para mim batizar alguém antes que essa pessoa possa decidir por si se quer ou não fazê-lo.
Mesmo assim, depois de muita conversa, concordei que a Chiara fosse batizada em uma igreja católica. Por quê? Simples, porque ela é minha filha. Mas é filha dele também.
Quando a gente se torna mãe, é difícil não pensar e repensar em tudo o que gostaríamos ou não que fosse feito com os nossos filhos, em passar nossos valores para eles, em dividir com eles as nossas crenças, tudo o que é importante para nós. E quando o companheiro(a) tem valores ou crenças diferentes, não é fácil abrir mão e deixar que ele faça com o filhote algo que não faríamos.
Mas é preciso flexibilizar. Casamento é isso. Família é isso. É preciso dividir, saber ceder.
Não dá para ceder em tudo, é claro. O outro lado tem que ceder também. Mas a gente precisa saber que um filho é um sonho a dois, e nem sempre tudo vai ser 100% do jeito que a gente gostaria. Afinal, há outra pessoa envolvida, sonhando também. E não é qualquer um. É o cara que você escolheu para, junto contigo, colocar uma nova vida no mundo.
Pra mim, tem sido um aprendizado. Tenho exercitado essa flexibilidade bem aos pouquinhos. Confesso que tudo o que diz respeito às minhas filhotas me toca demais, tem uma importância imensa, e concordar que seja feito com elas algo que eu não acredito que seja o melhor não é nada fácil.
Mas esse é também um exemplo que eu gostaria de dar para as minhas filhas. De que amar é também abrir mão. De que a gente tem que ter a humildade de admitir que não sabe tudo, que não tem todas as respostas, que não é dono da verdade. De que uma relação bacana, saudável, é uma via de mão dupla: nem é tudo do jeito de um, nem tudo do jeito do outro. É um meio termo que faz todo mundo mais feliz.
E a gente sempre tem muito pra aprender com quem pensa diferente. Muito mais do que imagina, provavelmente.
No final das contas, mesmo tendo feito uma coisa que eu não faria, se fosse decidir só por mim, a sensação que ficou foi boa. Foi um momento especial para o Rê, que afinal, é o cara que eu amo, e poucas coisas no mundo são tão importantes pra mim quanto vê-lo feliz. Ele dividiu com a nossa filhota algo importante pra ele. Acabou sendo um momento bacana de família, estivemos juntos, comemoramos, nos divertimos.
E pra mim, também foi um ótimo momento para fazer pelo outro. Tão importante, isso. Deixar de lado o egocentrismo do dia-a-dia, onde a gente está sempre pensando em fazer o que a gente acha certo, o que a gente deseja, o que vai nos fazer feliz. Poder fazer o outro feliz, que coisa boa!
Se eu tinha me esquecido disso - e às vezes a gente esquece, não é mesmo? - hoje foi uma ótima oportunidade para relembrar!
Imagem: arquivo pessoal (Chiara muito lindinha em sua roupinha de batismo)
Hoje, aqui em casa, foi o dia de batizar a Chiara.
Quem me conhece um pouco deve estar esfregando os olhos, voltando pra reler a frase acima, só pra ter certeza que não entendeu errado. Não, não, é isso mesmo: hoje, batizamos a nossa pimentinha caçula.
Eu não sou católica, nem mesmo cristã. Tenho, sim, uma religiosidade muito própria, muito particular, coisas em que acredito, rituais que pratico e que têm significado pra mim. Enfim, sou uma pessoa de fé. Mas não tenho religião.
Acontece que o Renato, paizão das pimentas, apesar de também não ser uma pessoa religiosa, muito menos um católico fervoroso, tinha esse desejo de batizar nossas filhas. O significado desse ritual, para ele, tinha a ver com a ligação com o pai, esse sim, bastante religioso. Como o pai dele faleceu há alguns anos, e não chegou a conhecer as netas, para ele o ritual do batismo significava conectá-las de alguma forma com esse avô não conhecido, mas que certamente as teria amado muito.
Conversamos muito, longamente, sobre isso. Várias vezes. Eu relutava em batizar as meninas. As mais velhas não são batizadas, eu mesma não o sou. Eu acredito que religião é algo que deve ser escolhido conscientemente, algo voluntário. Não faz o menor sentido para mim batizar alguém antes que essa pessoa possa decidir por si se quer ou não fazê-lo.
Mesmo assim, depois de muita conversa, concordei que a Chiara fosse batizada em uma igreja católica. Por quê? Simples, porque ela é minha filha. Mas é filha dele também.
Quando a gente se torna mãe, é difícil não pensar e repensar em tudo o que gostaríamos ou não que fosse feito com os nossos filhos, em passar nossos valores para eles, em dividir com eles as nossas crenças, tudo o que é importante para nós. E quando o companheiro(a) tem valores ou crenças diferentes, não é fácil abrir mão e deixar que ele faça com o filhote algo que não faríamos.
Mas é preciso flexibilizar. Casamento é isso. Família é isso. É preciso dividir, saber ceder.
Não dá para ceder em tudo, é claro. O outro lado tem que ceder também. Mas a gente precisa saber que um filho é um sonho a dois, e nem sempre tudo vai ser 100% do jeito que a gente gostaria. Afinal, há outra pessoa envolvida, sonhando também. E não é qualquer um. É o cara que você escolheu para, junto contigo, colocar uma nova vida no mundo.
Pra mim, tem sido um aprendizado. Tenho exercitado essa flexibilidade bem aos pouquinhos. Confesso que tudo o que diz respeito às minhas filhotas me toca demais, tem uma importância imensa, e concordar que seja feito com elas algo que eu não acredito que seja o melhor não é nada fácil.
Mas esse é também um exemplo que eu gostaria de dar para as minhas filhas. De que amar é também abrir mão. De que a gente tem que ter a humildade de admitir que não sabe tudo, que não tem todas as respostas, que não é dono da verdade. De que uma relação bacana, saudável, é uma via de mão dupla: nem é tudo do jeito de um, nem tudo do jeito do outro. É um meio termo que faz todo mundo mais feliz.
E a gente sempre tem muito pra aprender com quem pensa diferente. Muito mais do que imagina, provavelmente.
No final das contas, mesmo tendo feito uma coisa que eu não faria, se fosse decidir só por mim, a sensação que ficou foi boa. Foi um momento especial para o Rê, que afinal, é o cara que eu amo, e poucas coisas no mundo são tão importantes pra mim quanto vê-lo feliz. Ele dividiu com a nossa filhota algo importante pra ele. Acabou sendo um momento bacana de família, estivemos juntos, comemoramos, nos divertimos.
E pra mim, também foi um ótimo momento para fazer pelo outro. Tão importante, isso. Deixar de lado o egocentrismo do dia-a-dia, onde a gente está sempre pensando em fazer o que a gente acha certo, o que a gente deseja, o que vai nos fazer feliz. Poder fazer o outro feliz, que coisa boa!
Se eu tinha me esquecido disso - e às vezes a gente esquece, não é mesmo? - hoje foi uma ótima oportunidade para relembrar!
Imagem: arquivo pessoal (Chiara muito lindinha em sua roupinha de batismo)
8 comentários:
Rê, a Chiara tá linda, linda, linda! Minha norinha :o)
Vocês são mesmos uns queridos :-) Adorei o post! E ver a Chiara de branquinho...
Adorei o post também! Com certeza essa é parte fundamental do casamento, na verdade de qualquer relação, saber ceder.
Lucia
Muito bacana esse post, acho que é uma ótima reflexão para nós, mães. Como você falou no texto, eu também tenho muita dificuldade em ceder no que eu acredito que seja o melhor para meu filhote. Mas, muitas vezes, o que eu acho melhor não é exatamente o que meu marido acha... e tem sido um - difícil - aprendizado ceder em relação a isso... Foi assim com relação às vacinas, é assim cotidianamente em relação à homeopatia... várias vezes ele diz que depois que virei mãe me tornei a "dona da verdade", que não aceito opiniões diferentes... e o pior é que, muitas vezes é verdade... esse seu post me fez refletir bastante!!!
É mesmo uma arte saber voltar atrás e deixar o egocentrismo de lado. Parabéns.
bj
Excelente o post, amei acho que eu ainda estou aprendendo a me equilibrar e a andar nesse caminho, agora que estou grávida do primeiro filho e meu marido é uma pessoa de opiniões fortes, ele é médico mas as opiniões dele na maioria das vezes são muito parecidas com as do pessoal aqui do mamíferas: Parto normal, homeopatia, bater jamais etc... Eu não tinha muito essa visão das coisas era mais "moderna" sempre achei que faria cesárea, que se pode tratar com antibiótico com um terço do tempo é bobagem tratar com "ervinhas" e que "um tapinha no bum bum é educativo" e ele é meio inflexivel nas opiniões dele a respeito disso e foi me fazendo ver que era o melhor para o nosso bêbê, ele está tentando me convencer da "cama compartilhada" agora, eu ainda tenho dúvidas, mas estou mais aberta as opiniões dele (em tempo ele é católico e eu tive uma formação evangélica e vamos passar por essa discussão de batizar ou não provavelmente também)
Tatá, amei demais o post!!! Amo o blog! Vocês são muito 10!!! E parabéns pela pimentinha Chiara que está lindíssima!!! Queremos posts sobre as pimentinhas interagindo!!! Como está essa relação entre as três? Bjs nelas e em vc!
é isso. a vida é assim.
você está mais que certa em pensar dessa maneira.
não pelo batizar ou nao batizar em si, mas por tentar compreender o lado do seu marido e saber respeitar as escolhas dele tb.
afinal vc não fez as pequenas sozinha né?
parabéns.
É Thais, realmente não é fácil. Como eu disse, é um aprendizado, leva tempo. Mas a gente tem que exercitar esse ceder aqui e ali, senão o caldo desanda, né?
Luiza, é bem isso. Por mais que depois que os filhotes nascem a gente se sinta tão inteiramente dedicada a eles e a escolher sempre o melhor, tem que lembrar que tem um outro que também faz parte dessa história!
Ana Carolina, vou relatar historinhas das três aqui em casa sim, tá? Mas já adianto q as mais velhas estão apaixonadas pela pequenininha...
Ju, super legal vc estar ouvindo seu marido e aceitando as idéias dele, só lembre que tem que ser uma via de mão dupla, né? Ele também tem que se abrir às coisas que você deseja, senão não dá!
Lucia, Fabi, Mari, obrigada! Mari, quero fotinhos do meu genro! ;-)
bjoca
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