por: Glauciana (Mamífera convidada)
Cada indivíduo é mesmo único, diferente, do seu jeito. Eu acho que já sabia disso, mas só vim confirmar depois que Luca, meu segundo tesouro, nasceu. Antes disso, só suspeitava dessa diferença tão peculiar que cada ser humano tem. Como sempre disse minha mãe, "cada um com seu cada um".
E, se cada pessoa tem seu jeito particular de ser e dançar a vida, nós também temos o nosso jeitinho particular de lidar com cada qual. E não é que isso também acontece com mães e filhos?
Tenho dois filhotes muito diferentes um do outro, que me fizeram enxergar que a diferença nos traz diversidade e uma maneira bonita de enxergar o outro, reconhecendo-o como único.
A começar pela gestação. Eduardo, que hoje tem três anos, resolveu vir sem avisar, em um momento de muita agitação: eu trabalhava, estudava, morava em um apartamento na efervescente Vila Madalena, em São Paulo, onde toda noite parece sábado. Nos deu um susto danado e hoje, conhecendo seu jeito espevitado, sabemos que sua vinda só poderia ser desse jeito mesmo: no sopetão.
Já Luca, o pequenino de 4 meses, veio todo planejado, em um momento em que nos abríamos para uma nova vida, que já comentávamos com alegria essa possibilidade, quando já tínhamos uma estrutura familiar, uma rotina peculiar de casa com criança. Vivendo em um bairro tranquilo e trabalhando bem menos, eu me preparara para uma nova gravidez.
O nascimento de ambos também foram momentos de muita diferença. Dudu, agitado desde a barriga, decidiu que era hora de nascer um mês antes do previsto. Numa madrugada fria de julho, sem respeitar o sono de ninguém, bateu na porta. Em sete longas horas de trabalho de parto ele chegou. E eu chorei, sofri, senti dor, vomitei... mas também renasci. O parto de meu filho me deu um poder nunca antes tido. Naquele 14 de julho de 2007 não nascia somente um bebê e uma mãe, nascia uma nova pessoa, uma nova mulher, mais segura, determinada e com olhos de ternura para o mundo. Uma outra perspectiva se abriu diante de mim.
Ao contrário de tudo isso, Luca chegou nos 49 do segundo tempo. Pontual, tranquilo, rápido, indolor. Da rotura da bolsa até ele respirar fora da barriga foram exatas três horas. Mais um parto fantástico para minha história de vida. Sem agonia, sem medo, sem expectativas. Diferente em número e grau do primeiro.
E cada um com seu cada um tem diferenças marcantes: Dudu é magro, Luca é gorducho; Dudu não come muito, Luca mama a qualquer hora; Dudu tem olhos vivos castanhos, Luca tem olho azul; Dudu dorme pouco, Luca encosta e cochila.
E da diferença dessas duas criaturinhas eu aprendi a respeitar a individualidade. A entender que existem formas diferentes de estar no mundo. E, sobretudo, que não existe uma mais correta que a outra nem, tampouco, uma mais bonita que a outra. Aprender a não comparar é um desafio constante. Nós, como mães, temos quase que um instinto à comparação.
Entender a diferença de nossos filhos é também demonstração de amor. E nisso, vamos desenvolvendo maneiras bem peculiares de conviver com eles, respeitando limites, tempos e desejos de cada um. E, no fundo, aprendemos que o amor independe de similaridade. Que bom!
3 comentários:
Oi Glauciana!
Legal esse seu entendimento de que, apesar de serem filhos de mesmos pais/mães, eles são diferentes em personalidade e devem ser respeitados por isso.
Sou muito diferente das aminhas irmãs (e elas entre si tb) e nunca gostei das comparações típicas de mãe: por que vc faz isso se suas irmãs aquilo. O ó!
Quero um segundo filho logo e espero ter esse discernimento com o meu segundo tb!
Beijos e parabéns pelo texto!
Nine
www.minhapequenaisis.blogspot.com
Lindo e sincero. Parabéns pela declaração de amor aos filhotes.
É, Glau... é difícil msm entender as diferenças entre qquer um! Mas temos msm q aprender a entender, respeitar e até cultivar essas diferenças! Faz bem pra eles, pra gente e é respeito e amor!
Muito lindo o texto!
Bjks
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