por: Kathy
Tenho acompanhado pelos jornais a história do menino Sean e devo confessar que ela me incomoda bastante. Me deixa nervosa mesmo, leio as notícias, vejo as fotos e fico aflita pensando na situação da família e, principalmente, na cabeça dessa criança.
Sou completamente leiga, não entendo patavinas da área jurídica, mas acho que o bom senso deveria sempre prevalecer. Certas coisas parecem tão óbvias pra mim, e quando vou ver o mundo inteiro discorda. Não sei se sou eu quem estou errada ou é o resto do mundo que anda meio torto mesmo.
Acho um absurdo decidirem que o menino deve ir embora do Brasil com o pai somente porque ele é isso: o pai biológico. Me surpreende ainda mais o fato da vontade do menino de ficar com o padrasto, a irmã, os avós, a família brasileira não ser levada em consideração em momento algum. Quando chegam a insinuar um acordo político-econômico então, fico arrepiada, em estado de choque mesmo.
Mais indignada fico ao ler os comentários das pessoas nos sites de notícias, a maioria concordando que deve ser mesmo assim: crianças devem viver com seus pais biológicos e ponto final. Porque é o "certo" e sempre foi assim. Sei que tenho por hábito questionar sempre tudo, repensar o que a maioria considera "certo", sou até considerada meio "do contra" por causa disso, mas será que dessa vez eu estou mesmo pensando errado?
Não sei mais do que é dito no jornal, não conheço a realidade da família nem posso julgar se o pai biológico é um bom pai ou se há algum interesse por trás desse desejo de estar com o filho. Porém, acredito que uma criança de nove anos tem total condição de decidir e opinar sobre seu próprio destino e a voz dela deveria ser a primeira a ser levada em consideração. E pelo que leio por aí, o garoto quer ficar no Brasil. Por que então essa vontade dele não é considerada? Por que prevalece a genética nesse caso? Será que é mesmo isso ou os interesses são mesmo esses insinuados?
Na minha cabeça é tão claro que família não é só biológica, que laços afetivos podem ser mais fortes do que os genéticos, e isso é algo tão óbvio pra mim que quase não consigo conceber que alguém consiga pensar de forma diferente. Ver a foto de Sean chegando ao consulado americano hoje de manhã abraçado ao padrasto (imagem desse post) é marcante. Fica óbvia a ligação forte dos dois e a tristeza dessa separação.
Essa decisão de entregar a criança ao pai me dá a sensação de que foi tomada com frieza, sem levar em consideração os sentimentos de todas as pessoas envolvidas na história, não sei. É desumano mesmo.
Muito triste imaginar como será o Natal dessa família toda e dessa criança. Muito mais triste ainda imaginar que esse pai não eseja levando em consideração os sentimentos e ligações afetivas do próprio filho com a família brasileira. Julgar mais pode ser precipitado, mas é o que sinto agora, impossível falar sobre outro tema.
Um post meio tristonho, mas é claro que não posso deixar de dizer que espero que o Natal de todas vocês seja sendo ótimo, e torço muito para que vocês possam estar nessa data perto das pessoas que realmente importam, tendo com elas laços afetivos ou familiares.
Feliz Natal para todos vocês que nos acompanham todos os dias aqui no Mamíferas!!!
15 comentários:
Complicado, muito complicado. Acredito que nesse caso tenha haver a alienação parental. A mãe "foge" pro Brasil com a criança, constrói outra família, morre e a família materna impede o pai biológico de ter contato com a criança durante 5 anos. É lógico que o menino vai "decidir" ficar com a família materna. A justiça brasileira deu muito mole...5 anos até resolver esse caso. O que dificulta muito as coisas para o menino e o pai.
Esse caso é muito complicado... Até porque pra entendê-lo, devemos voltar ao começo dele. Apesar de eu achar que a criança realmente um dia devesse ir viver com o pai, ou ao menos as duas famílias estabelecessem uma relação saudável de contato e etc, acredito que essa realmente não era a hora de levar a criança pra outro lugar. Deixar a irmãzinha, a família que apesar dos pesares, é a família dele. Sucessão de erros... Nunca dá em boa coisa...
Beijos e um feliz natal pra vocês também. :)
É muito dificil julgar o que deve ser feito com a vida desse menino, tenho acompanhado o caso atraves da midia, e confesso que não consigo ter uma opinião formada sobre o que seria melhor para ele.
Mas me pergunto, se essas pessoas não conseguiriam ser mais pacíficas em nome do amor que sentem por esse menino.
Concordo quano você diz que a criança não deve ficar com o pai só porque é biólogico... mas o que acontece nesse caso é que o pai sempre lutou para ver o menino e como pai não tem direitos perante a mãe na justiça (vejo isso claramente no caso do meu marido e da minha enteada) o menino acabou perdendo contato com o pai e lógico que hoje eles não tem nenhum laço afetivo.
Penso que o menino deve sim ter o direito de conhecer o pai e que este pai tem o direito de ter o filho junto dele, já que isso lhe foi tirado ha tempos,... mas claro que se as pessoas fossem menos egoistas e pensassem mais no bem da criança poderia existir um acordo muito melhor para o menino onde todos poderiam sair ganhando, infelizmente como todos so pensam no proprio umbigo, nem pensam em ceder...
Espero q esse menino possa reconstituir os laços com o pai e que tbm consiga permanecer e cultivar os laços com a familia materna...
Olá adorei seu post e inclusive sua opinião, concordo com o que você disse mas tenho opinião contraria, tudo faz um sentido, mas o sentido final não dá para prever.
A escolha do menino ficar com o pai e muito certa, pois no BR sabemos a historia das pessoas que estão aqui, mas a mmidia brasileira não divulga a história e os sentimentos dos familiares que ficaram no BR.
E nem leva em consideração o que o menino passou quando foi separado do pai.
Hoje o menino e pequeno e não tem como decidir o que e melhor para ele, isso tem que ser um consenso de adultos, que infelizmente não houve.
Pense se fosse o pai que fugiu com o filho de deixou a mãe para trás, será que conseguiria ter a mesma opinião.
Amor de pai e mãe por um filho nunca acaba independete dos anos que se passam, por isso concordo com a devolução do menino.
beijos e continuem sempre com postagens maravilhosas...feliz natal
Primeiro, gostaria de dizer que amei o post, me interesso denais pelo tema, tanto que minha monografia foi sobre paternidade socioafetiva, sou totalmente favorável a defesa que os laços afetivos devem prevalescer quando há confronto com os biologicos.
O problema que vejo no caso é a total falta de consideração com a criança, o egoismo humano cega no que diz respeito ao melhor interesse da criança.
Houve erro no passado houve, o pai biologico foi lesado com esse erro foi, sem duvida alguma. Mas o menino tem 9 anos, tem plenas condições de decidir com quem quer ficar, se é óbvio que ele vai escolher fa milia brasileira por causa de um erro grave que a mae cometeu no passado ao separá-lo do pai isso não importa tanto, pq o que está em jogo é a formação de um ser humano, essa preocupação deve vir antes.
Claro que a situação do pai biologico é triste e muito, mas ele nunca que vai conseguir o amor do filho dele separando-o forçadamente da familia que ele o conhece.
O que deve prevalescer sempre é o melhor interesse da criança e certamente este não é forçar o menino a ir viver com o pai biologico.
Devemos aprender a ver as pessoas e não tão somente as leis.
Na minha opinião o garoto deveria ter sua vontade atendida e a justiça deveria ter feito concessões para que o pai biologico e seu filho iniciasse um contato, uma aproximação.
Complicada toda a situação, que a mídia estadunidense explorou ao logno dos anos como uam guerra Brasil-EUA.
Também não tenho opinião totalmente formada, mas acredito que o mais interessante - principalmente para o Sean - seria um entendimentos entre as famílais de forma amigável, pensando no melhor para ele. O fato de a mãe ter "fugido" dos EUA complica muito para a família brasileira e, pelo jeito, o pai foi que não teve o direito de morar com o filho.Só que também não sabemos os motivos da mãe ter saído de lá, qual a índole de ambos.
Concordo totalmente contigo.
Tratam crianças como coisas, levando em consideração apenas o sentimentos e necessidades dos adultos. Claro que não dá para julgar toda a situação destas famílias olhando de fora, mas certamente estão separando a criança da única família que ele sempre conheceu. Muito triste mesmo.
Quando li esse post também senti a mesma dor... fiquei me perguntando nossa e essa criança gente, será que ninguém se importa com o sofrimento dela? Pois bem... mas e o sofrimento do pai biológico? E os avós paternos? Será que ninguém imagina o quanto eles também sofrem? Se eu fosse o pai tb. ia querer meu filho perto de mim, e porque o deixar com o padrasto se ele realmente possue o pai verdadeiro presente? Espero que essa criança possa ser feliz, ao lado de quem ela escolher, muito embora tenham escolhido por ela momentaneamente.
Ai Kathy, concordo plenamente com todo este seu sentimento. Penso tal como vc e fico completamente igual, mas sem tantas palavras por não ter com quem dividir certos sentimentos.
Que ainda exista um dia de percepção da massa! Quando a massa acordar o mundo mudará!
***
Um grande abraço e Feliz Festas para vcs!
ran
É como a Tathyana colocou: teve alienação parental.
O primeiro crime cometido foi pela mãe que fugiu e impediu o filho de conviver com o pai...crime que foi continuado pela família dela após sua morte.
Lamentável mesmo foi a demora da justiça,no caso,5 anos de convivência com o pai foram perdidas.
Kathy,
Sinto a mesma pena do menino, embora acredite que a decisão da Justiça foi parcialmente correta. Parcialmente por não contemplar período de transição.
Imagino se meu esposo decidir me abandonar, mudar de país com minha filha, impedir o contato de toda a minha família, construir outra família, morrer e a família dele não avisar, continuar impedindo o contato e fazer a cabeça da Letícia contra mim... Eu não desistira de buscar minha filha, mesmo que ela amasse muito a madrasta. Não porque sou mãe biológica, mas porque seria mãe, apenas, e de uma criança separada de mim contra a nossa vontade.
A família brasileira quis tudo, e acabou sem nada. Ou melhor, ainda saiu com algum lucro, pois poderá ter contato com Sean, o que negaram à família paterna. Quem mais sofre, sem dúvida, é o menino. Rezarei por todos eles.
Oi Kathy, nao sei nada dessa história, mas depois de ler seu post fiquei mexida, já que estava por aqui na net, acabei chegando na revista Piauí, tem uma matéria, antiga, veja: http://www.revistapiaui.com.br/edicao_26 de novembro de 2008
até
Kathy, essa história também me tira o sono.
Até escrevi sobre isso no meu blog, depois se tiver um tempinho dá um pulo lá: http://www.marieguga.blogspot.com/
Beijão
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