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por: Tata
Quando os filhos nascem, mudam tudo na vida da gente. Fazem a gente repensar cada pedacinho da nossa vida, nossas prioridades, desejos, sonhos, projetos, crenças, valores. Nada será como antes, como dizia a música.
E não é raro encontrar por aí mães que repensaram a própria vida profissional depois que tiveram seus filhotes. Pelos mais variados motivos: desejo de trabalhar em casa ou ter um horário mais flexível, insatisfação com o trabalho anterior e anseio por novos desafios, descoberta de novos talentos, novos caminhos, novas possibilidades.
Eu sou uma delas. Depois que minhas filhas mais velhas nasceram, eu repensei muito sobre meus caminhos profissionais, descobri talentos e capacidades que desconhecia. Uma nova possibilidade profissional se apresentou, e eu me apaixonei por ela.
Uma das razões foi, sim, a questão da rotina. Eu não queria passar horas longe de casa, não queria perder momentos importantes dos primeiros anos das minhas filhas, queria poder estar presente, ter tempo para passar com elas. Não conseguia pensar em sair pra trabalhar de manhã e voltar só no final do dia. Por isso, busquei alternativas para trabalhar em casa, fazer meu próprio horário, trabalhar no meu ritmo. Um ritmo que me permitisse priorizar minhas filhas, compartilhar com elas tudo aquilo que eu não desejava deixar passar.
Mas não foi só isso. Com o nascimento das minhas pequenas, eu repensei uma porção de verdades cristalizadas, e descobri que há muito eu ansiava por novos caminhos, por espaços onde eu pudesse exercer meu fazer profissional com mais verdade, mais prazer, acreditando e me satisfazendo mais. Antes de ser mãe, eu vinha empurrando certas coisas com a barriga. Mas ao vivenciar esse mergulho tão intenso que é a maternidade, e ao me redescobrir de forma tão inteira como me redescobri depois que minhas filhas nasceram, compreendi que eu precisava ser sincera comigo mesma. Buscar a minha felicidade, a minha verdade e a minha realização. Fazer um trabalho que fosse significativo pra mim.
E mais do que tudo, dar o exemplo para elas. De que é importante demais ser verdadeiro consigo mesmo, e de que é possível, sim, unir trabalho e prazer. Eu acredito nisso, sempre acreditei. Mas é só vivendo isso a cada dia, na minha realidade, buscando isso para a minha vida, que posso ensinar isso às minhas pequenas. Senão, fica sendo só discurso.
Não digo que seja fácil, e sei que nem todas têm a possibilidade de transformar tudo quando os filhos nascem. Eu tenho essa sorte, sei que muitas não a têm, mas acho que a gente tem que ir buscando abrir caminhos dentro do que é possível. Talvez não seja viável jogar tudo para o alto e encarar um novo projeto profissional da noite para o dia, mas aos poucos, abrindo um espacinho aqui e outro ali adiante, acredito que é possível, sim, batalhar por mudanças e buscar novas possibilidades.
Afinal de contas, para criar filhos felizes, a gente tem antes de tudo que ser feliz. E quem é que é feliz fazendo o que não gosta, não é mesmo?
Imagem: http://www.gettyimages.com.br
Olá!
Mudamos de endereço.
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7 comentários:
Perfeito Rê! Perfeito!!!!
Beijos!
Tô aqui, Re, num dilema desgraçado sobre o que fazer quando eu ver que a chegou a hora de voltar à ativa.
Seu texto diz tudo e mais um pouco... espero um dia também conseguir esse equilíbrio da maternagem com a vida profissional.
Beijo
Tata, é issomesmo que eu estou sentindo agora nesse momento.
Antes de ser mãe, eu já andava meio desgastada com minha profissão. Sou professora da rede publica, e o sistema educacional vem me desgastando muito. Não que eu não goste domeu trabalho, entende? Mas não estou satisfeita com os rumos que estamos tomando. Depois que o Eduardo nasceu, a coisa mudou aqui dentro de mim. Veio uma força brutal de mudança. Aí eu retornei da licença maternidade, e piorou! Graças a Deus eu pude optar em entrar numa licença não remunerada por 2 anos. Foi uma escolha dificil, mas me deu uma satisfação muito grande, pois posso ficar aolado do meu bebe o tempo todo. Ninguem cuida de um filho melhor que uma mãe.
E hj, depois da minha escolha, estou vivendo a oportunidade de trabalhae em casa. Mas , mais uma vez vem uma força muito bruta em mim, gritando por mudança. É como se estivesse aflorando aqui no meu interior uma vontade de buscar um caminho diferente, mas gradativo.
Obrigada por este post. Ele veionum momento certo, mostrar que eu não estou sozinha nesse barco.
Abraços,
Erika mãe do Eduardo ( 7m e 13 d)
obs.: desculpem-me pela falta de espaço entre algumas palavras...rsss
é a correria de uma mãe full time
Pé, brigada pelo comentário carinhoso! ;-)
Lu, fica tranquila que na hora certa as respostas aparecem. Curte o teu pequeno, que logo logo você descobre qual é o teu caminho, o filhote é tão novo ainda...
Erika, é isso aí mesmo, a gente vai vivendo, vai tentando, vai descobrindo... parabéns pela coragem de buscar mudanças!!
bjim, meninas!
Tata ultimamente (ouserá que ultimamente estou lendo mais o blog? rs) vc está batendo certo em todas as minhas teclas...infelizmente não consigo dar pulos ao vazio porque soua unica responsavel pelo meu Esteban, mas estou ruminhando um modo de me independizar da matrix e trabalhar com meu pequeno a tiracolo... logo, logo eu consigo...
Oi Tata, otimo ler isso!
Tb nao estou muito feliz no trabalho, conversei bastante com meu marido e decidimos que quando conseguir engravidar e tiver o nenem, eu entratei num acordo com a empresa pra eles me mandarem embora. Minha vontade era sair agora, mas temos alguns compromissos financeiros q nao da pra ser deixado de lado, e ainda tem a questao do PD, preciso do dinheiro por hr pra pagar a parteira. VOu fazer meus desenhos em autocad depois q o nenem nascxer, q é uma coisa q amo fazer e me rende um extra, mas trabalhar fora, com rotina, so quando realmente o nenem estiver grande o suficiente pra poder ir na escolinha e ter uma vidinha um pouquinho mais independente de mim (como deve doer esse passo ne?)
bjinhus!
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