por: Tata
Quando você sai de casa com um bebê pequeno - e por "pequeno", leia-se menor de seis meses, pelo menos - , é quase inevitável receber olhares curiosos, quando não comentários indignados, de gente que acha que você é "corajosa, de sair de casa com um bebê tão pequenininho...".
Eu já acho o contrário. Acho que quanto menor é o filhote, mais fácil é. Quanto mais bebezinhos, mais "portáteis" eles são. Um bebê recém-nascido, ou com poucos meses de vida, por exemplo, não engatinha, muito menos anda. Adora um colo. Portanto, você pode carregá-lo no sling, ou em outro carregador de bebê, juntinho de você, e ele vai ficar lá, feliz da vida, por horas e horas, se for o caso. Já os bebês maiores começam a ficar inquietos depois de algum tempo, querem se movimentar, ir para o chão. E nem sempre você pode colocar ele no chão, afinal não é todo lugar que permite, né?
Outra facilidade é com a alimentação. Um bebê recém-nascido só mama, e o peito está sempre à mão, disponível, com o alimento ideal na temperatura certa, e prontinho para o consumo. Nada de ficar se preocupando se o lugar para onde você vai terá alguma comida que o seu pequeno possa consumir, carregar opções de papinhas ou lanchinhos na bolsa, procurar lugares onde você possa parar, descarregar a tralha e alimentar o filhote. O bebê chora, você senta no lugar mais próximo - ou nem senta, eu mesma já perdi as contas de quantas vezes amamentei em pé mesmo, ou mesmo caminhando -, saca o peito e pronto, está resolvido!
Não é que seja "mais legal" sair com filhote recém-nascido do que com eles já crescidos. De jeito nenhum. Cada fase tem o seu encanto, o seu barato. Só o que eu acho curioso é que ninguém nos conta como na verdade sair com eles ainda bem pititicos é muito mais simples do que a gente pensa. Aliás, pelo contrário. Basta você pensar em botar os pés pra fora de casa com o filhote ainda bem bebezinho, que todos já te olham como se você tivesse um parafuso a menos. E é assim que uma porção de mães acabam trancafiadas entre quatro paredes, olhando a vida pela janela e suspirando de vontade, por acreditar que sair com bebê pequeno é irresponsável, difícil, perigoso, ou sei lá mais o quê.
Pois eu, com a minha experiência de mãe de três, posso dizer: não é. É claro que a gente tem qe tomar certos cuidados, não expor ao tempo, não levar em lugares fechados com muita gente, em lugares com fumaça de cigarro, com barulho exagerado... enfim, basta ter um pouco de bom senso, né? Mas com boa vontade e um tantinho de jogo de cintura, a gente consegue descobrir programas bem legais para fazer com os pititicos a tiracolo, e todo mundo se diverte. Você se diverte porque saiu de casa e fez um programa diferente. E seu bebê se diverte porque ficou grudadinho com você o tempo todo, e afinal, isso é tudo o que ele podia querer, não é mesmo?
Tem muita gente que acha que bebê que sai muito acaba ficando irritadiço, agitado, choroso. Eu acho que isso tudo pode acontecer, sim. Mas não necessariamente vai. Então, se você tiver vontade, vale a pena experimentar. Pode ser que o seu bebê seja do tipo que prefere a tranquilidade de casa, mas pode ser também que ele curta uma mudança de ares, e uma oportunidade de sair do 'casulinho'. Como saber? Tentando. Uma saída experimental pode ser um desastre - e se for, acredite, você sobreviverá -, mas também pode ser o primeiro de muitos e muitos passeios super bacanas que você vai curtir com o seu filhote!
Na verdade, pra mim, bebê feliz é aquele cuja mãe está feliz. E não existe uma maneira certa de fazer, não existe uma resposta única. De nada adianta você ficar enclausurada em casa por semanas a fio, só porque acha que isso é o melhor para o seu bebê. Tampouco adianta fazer passeios e mais passeios e chegar em casa sempre com um filhote cansado, irritado e estressado a tiracolo. O bacana é ir experimentando, e descobrindo qual o melhor arranjo para a realidade de vocês.
Eu, apesar de ser bem caseira e adorar meu cantinho, sou também bem 'rueira', e curto bastante um bom passeio. E por sorte, minhas filhotas vão pelo mesmo caminho, adoram 'bater perna' por aí. Então, a gente se entende.
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Com a Ana Luz e a Estrela, até que no comecinho as saídas eram mais tímidas. Afinal, com duas, a 'logística' dos passeios exige uma dose extra de planejamento e organização. Mesmo assim, não ficávamos em casa, não. Logo nos adaptamos, encontramos nosso jeitinho e passamos a curtir muito sair por aí com nossas filhotas a tiracolo. Agora, então, com a Chiara, foi mais simples ainda. Com poucos dias, a pequenina já saía de casa grudadinha comigo, e tem sido assim desde então. Contabilizamos muitos passeios bacanas, e nenhum evento desastroso.
E pra vocês, como foram os primeiros meses com os bebês? Muitos passeios, ou o aconchego do lar?
Imagem: Patricia Metola
10 comentários:
Tata,
Com meu filho mais velho, eu era mais resguardada, me sentia insegura...
Com a pequena, começamos a saracotear cedo...Antes de 20 dias já tínhamos ido ao Parque e ao Cinematerna.
Tb acho que quanto menores, mais fácil. O primeiro passeio dela de sling foi com 4 dias. Afundada no sling, dormindo tranquila...rs
Beijos!
Pé
Concordo com vc, e indo um pouco mais longe, tive a experiencia de viajar de avião (voo de longa duração) com o baby de 5 meses e foi perfeito. Eu tentava respeitar o máximo os horarios da rotininha de sono dele, mas fora isso ele nos acompanhava para todos os lado e aproveitamos muito a viagem. E qdo ele fez um ano, outra viagem e terror a bordo, e é bem diferente com um mini menininho metido a independente.
O unico que eu acho é que quando são muito pequenos (menos de 1 mês) não é muito legal abusar... passeios curtos são super bem-vindos, mas passar o dia no shopping (por exemplo) no away. A quarentena existe pra mamãe e bebe se acostumarem com a nova rotina e descansarem o máximo possivel. É o que eu penso.
bjo
Ola Tata!!
Muito pertinente o assunto...
Eu fiquei numa situaçao bem delicada... Recebi os meus pais aki em casa e foi a primeira vez q vieram para Europa... Meu pai queria muito conhecer uma cidadezinha na Alemanha. Eu fiquei um pouco insegura e um tanto quanto contrariada, mas acaei topando a viagem e a Bea tinha 20 dias de vida... Ela me surpreendeu, de verdade. Dormiu bem, eu andava com ela no sling e isso ajudou muito para ela ficar bem relaxada, ainda mais que o peito estava disponivel para ela quando sentisse sede ou fome. Logico que tomamos os cuidado necessarios e fizemos paradas estrategicas no caminho e eu mesma deixei de fazer alguns passeios para ficar descansando com a Bea no hotel!! Valeu a pena, pois hj sei q posso dar conta de um passeio um pouco mais prolongado com a nossa pequena!! Beijooosss!!
Eu só comecei a sair de casa quando Arthur tinha quase um mês, mas era porque EU estava muito fraca, cansada e não aguentava sair.
Mas com certeza com eles piticos é mais simples. Sem contar que Arthur desde cedo mostrou-se muito passeador. Até hoje o humor dele e o sono ficam melhores quando ele vai para a rua.
Só precisamos saber respeitar o ritmo dele, voltar para casa quando começa demonstrar cansaço, senão ele pode ficar chatinho no passeio.
Eu tive um pos-parto (de cesariana) complicado, entao tinha medo de sair sozinha com o nene. Mas com um mes o pediatra disse que ele precisava tomar sol. Entao esta virou a desculpa oficial, se alguem nos visse (papai, mamae e Zeze) na rua e dissesse alguma coisa, a gente respondia -"O medico mandou ele tomar banho de sol".
Concordo que e necessario tomar alguns cuidados (longe do fumo, ambientes fechados, pessoas doentes, etc) mas passear com o bebe faz bem ate para a nossa cabeça.
Quanto a logistica, quando eles sao pequeninos é mais simples. Hoje em dia (Zeze esta com um ano e tres meses) o tamanho da roupa dele é simplesmente o dobro de quando ele era pequeno, entao quando saimos, a bolsa tambem tem que ter o dobro do tamanho.
Tata,
Concordo em gênero, número e grau: sair com os bebês pequenininhos é mais fácil. Ainda mais que eles mamam no peito e isso realmente facilita muitos as coisas (e eu nunca me importei em amamentar em público; acho muito simples e natural).
Eu tenho dois filhotes (Yumi com 3 anos e Kazuo com 1 ano) e saio com eles desde os primeiros dias. Apenas no primeiro mês de vida de ambos, evitei lugares fechados, pelo maior risco de contrair gripes e outras doenças respiratórias. Mas passeios ao ar livre, eles já deram nos primeiros dias de vida.
Meus dois filhotes são super tranquilos, crianças saudáveis e sapecas e adoram passear. Acho que a gente tem que passear mesmo. A criança precisa descobrir o mundo - e não viver enclausurada dentro de casa.
Bem interessante esse assunto.Sou da opinião que se deve sair pouco e só em lugares apropriados,ou seja,que tenham um trocador por perto,que sejam bem ventilados,sem junção de pessoas,sem fumaça,sem barulho...
Uma coisa que me incomodou bastante é como as pessoas são metidas com bebês e vão logo passando a mão,muitas vezes não dá nem tempo de vc reagir com um passo pra trás...e mão dos outros,sabe como é,né!
Teve uma vez que o caixa de um supermercado pegou na mãozinha da minha bebê...fiu à loucura naquele dia!
abraço
Vou confessar. Sempre me apeguei ao lema de que haverá muito tempo pra criança sair por aí, portanto ficar no ninho por um tempinho (uns dois meses) pra mim nunca foi demais. Considerei este um tempo de adaptação mútua, e não sofri, pois sei que pra mim seria muito pior ficar ansiosa em algum passeio por conta das variáveis sempre incontroláveis, e que pudessem afetar meus bebês. Mas, depois de passado esse tempo, abri as portas e fomos pro mundo! Praia, avião, parques, festas...
Quando minha filha nasceu, com 22 dias de vida, resolvi sair com ela pra uma viagem curta, cerca de 01h de carro, e a noite... Um absurdo para minha mãe, meu pai e todos os que me cercavam.
Mas, pra mim e pra ela, foi um momento sublime. Eu precisava que ela fizesse parte da minha "outra" família, amigos sublimes que acompanharam com afinco minha gravidez e era um momento muito importante para todos, e a presença da Clarice, com 22 dias de vida, era mais importante ainda.
Levei carrinho, rede e meu colo. Assim como o colo de pessoas que gostavam dela. Nada de ruim aconteceu. Nenhuma gripezinha, nada.
Agora, é claro que dá muito trabalho, que o esforço é enorme. Mas hoje, quando ela está com 09 meses, o trabalho parece que é cada vez maior, rsrsrs.
Acredito que a questão está na nossa perspectiva, nossos objetivos com os filhotes. Pra mim é impensável sair, pra onde quer que seja, sem a Clarice. Se ela não pode ir, então talvez eu não deva ir também, pois pra mim, isso é parte maternidade: deixar seu filho fazer parte da sua vida.
Claro que existem excessões, como tudo na vida. Não posso levá-la ao trabalho, por exemplo, entre coisas do gênero. Mas passeios, ou ela vai, ou não vamos as duas, até pq vai chegar o momento em que ela vai querer sair sozinha... rsrsrs.
Oi Tata, as primeiras saidinhas com minha bebê foram a partir dos 10 dias, mas eram coisas bem necessárias mesmo, como uma passada rapida no caixa eletronico, o teste do pezinho e uma consulta a pediatra. Mas passear mesmo foi só depois dos 2 meses, e muito raramente, porque ela as vezes tinha uns acessos de choro que a gente não sabia o motivo e nem o que fazer para acalmar (pais de primeira viagem). Agora ela está com 7, mas só depois dos 5 meses nos sentimos seguros para sair com ela, sem medo de ter que voltar pra casa correndo.
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