por: Tata
Recebi hoje, em uma das listas sobre maternidade das quais participo, a indicação de uma matéria bastante interessante da repórter Flávia Mantovani, no caderno Folha Equilíbrio, sobre o direito ao acompanhante. É o direito da parturiente de ter ao seu lado, durante o trabalho de parto e o parto, e enquanto assim o desejar, um acompanhante de sua escolha, seja o marido, namorado, companheiro, mãe, tia, amiga, doula, ou qualquer pessoa que a gestante escolha para dividir esse momento, tão delicado e especial.
A matéria está bem bacana, e traz relatos de mulheres que tiveram seus direitos desrespeitados na hora 'P'. Acho muito importante a gente divulgar esse tipo de história, porque isso acontece a todo momento. Em muitos hospitais, ainda é comum a gestante ouvir que "não se permite acompanhante", em um flagrante absurdo de desrespeito.
Acho bacana também as grávidas e futuras mães se conscientizarem a respeito, lutarem pelo seu direito. Porque é só assim que as coisas vão mudar. A lei já existe, e a gente tem que fazer valer o nosso direito. Vale lembrar que a obrigatoriedade de permitir o acompanhante da escolha da parturiente vale não só para o sistema público (SUS), mas também para os hospitais privados. Dizer que o hospital não comporta, que a sala de parto (ou pré-parto, ou seja o que for) não tem estrutura, não é desculpa. O hospital tem a obrigação de oferecer essa possibilidade à gestante, e se não o fizer, pode e deve ser denunciado.
Pra quem quiser ler a matéria na íntegra, o link é esse aqui.
E de quebra, ainda tem o relato da nossa querida mamífera Thais Stella, que recentemente participou com um lindo texto aqui no blog como convidada, e que no nascimento de seu pequeno Francisco, teve seu direito ao acompanhante desrespeitado, mas não se conformou. No pós-parto, ela e o marido se armaram de informação, levaram a lei impressa para o hospital, e fizeram valer o direito dela. Leiam lá.
No meu primeiro parto, que foi programado para ser domiciliar, mas acabou numa transferência aos 45 do segundo tempo para o hospital, eu pude ter comigo, além do meu marido e da minha doula, uma amiga fotógrafa que registrou o nascimento e uma amiga parteira - que hoje é a parteira que acompanhará o nascimento da Chiara. Além da equipe, que já incluía três obstetras e uma pediatra - particular, não do hospital. Mas tenho consciência que só pude entrar com esse mundaréu de gente na sala de parto porque estava com equipe particular, com um médico que já atendia lá e 'botou todo mundo pra dentro'. Se estivesse chegando para ser atendida por plantonista, com a cara e a coragem, imagino que a história tivesse sido bem diferente, embora meu direito ao acompanhante fosse o mesmo.
E vocês? Alguém aí tem uma história pra contar com relação à presença ou ausência do acompanhante durante o trabalho de parto? Alguém aí teve seu direito ao acompanhante desrespeitado? Acho super importante a gente dividir esses relatos, conhecer as histórias, as experiências boas e ruins, porque assim a gente se conscientiza de como anda a nossa realidade, e é só tendo essa consciência que a gente pode começar a mudar alguma coisa.
E mudar é preciso. Muito.
Imagem: www.gettyimages.com
6 comentários:
Quando tive meu primeiro filho, Ravi, meu marido foi separado de mim ao entrarmos no hospital. Disseram que ele só iria trocar de roupa e voltaria mas o deixaram sentado em outra sala um tempao enquanto sofria com as dores do parto sozinha.
O meu parto evoluiu bem rápido e uma enfermeira veio me ver e disse que ia chamar meu marido, mas o médico plantonista disse:
-Ah, espera mais um pouco, marido só atrapalha.
Ou seja fiquei a maior parte do tempo sozinha.
MAs no final, depois da anestesia, eles deixaram ele entra e assistir o parto.
O Victor ficou comigo o tempo inteiro, mas tivemos que pagar pro hospital uma taxa de R$80,00 pra isso!
Muito absurdo!
beijos!
Olha, um absurdo! Qdo fui ter a Letícia, meu marido tb não ficou comigo. E disseram que ele só ia trocar de roupa. Eu fiquei lá, tendo contrações, chamando ele, sozinha, presa na cama... Até que comecei a xingar mesmo, e meu marido também, falou que se ele não pudesse ficar comigo, que ele ia fazer um escândalo e iríamos sair dali. No fim, ele entrou, só que eu estava sendo operada, olha que meleca! Tanto que queria um PN e a médica me operou... e eu sozinha, praticamente, ele só entrou no momento em que a Letícia já estava nos braços da médica. Olha, chorei pencas. Não quero ter mais parto lá não... acho melhro ter em casa mesmo.
No hospital em que tive o Zeze nao tive problemas quanto a isso. E claro que como so podia entrar um acompanhante de cada vez, meu marido e minha mae tinham de se revezar durante o pre-parto. Na hora do parto, inclusive as enfermeiras convidam o futuro pai para acompanhar e depois para dar o primeiro banho.
O engracado foi quando comentei com uma amiga que ia ter nene no mesmo hospital, quando eu disse que ela podia chamar um acompanhante para o parto ela disse "Entao vou chamar minha mae, porque meu marido desmaia so de ver sangue"
Eu tive 3 acompanhantes (meu marido e minha mãe se revesaram - aliás meu marido entrou por engano - e minha queridíssima doula que foi a única que encarou ficar comigo até o final).
Mas, isto porque meu obstetra tem bom relacionamento no hospital e a doula entrou como se fizesse parte da equipe.
Acho o cúmulo um hospital barrar a entrada do acompanhante, principalmente qdo o pai só pode entrar na hora da visita. Pai não é visita e deveria ter direito a ficar o tempo todo com o filho.
Tomara que mais e mais mulheres denunciem estes abusos.
Bjs,
Van
Renata.... adorei seus posts.... a mamíferas está de parabéns! Excelente blog... Mas queria lhe perguntar se já escreveu algo sobre a rotina de gêmeos??? Estilo dicas... tabelas... organização... rede de apoio.... Please!
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