por: Kalu
Estava completando 7 anos, a passagem para segunda infância, quando ganhei um grande trauma de aniversários. Insisti para que meus pais fizessem uma festa para meus novos amigos da escola, mesmo sendo dia 25 de julho, ou seja, férias. Apenas poucos vizinhos apareceram lá e muitos parentes. Mas a ausência das crianças me marcou profundamente. Até hoje costumo comemorar a passagem dos meus anos quase silenciosamente, com rituais significativos que envolvem poucos amigos.
No primeiro aniversário do Miguel senti a extensão deste meu trauma com uma grande vontade de não comemorar. Miguel nasceu em uma terça-feira de carnaval, configurando uma situação muito parecida com a minha por se tratar de uma data próxima do carnaval em que as pessoas costumam viajar. Venci esta barreira e fiz uma festinha com extensão de minhas ideologias cara, ou melhor, da mamífera que nasceu naquele mesmo dia que ele chegou.
A decoração com flores silvestres colhidas pouco antes da festa. Uma deliciosa salada de fruta fez um sucesso com mais de 90 pessoas que compareceram naquele dia em casa. Servi salgados vegetarianos e assados, pão de queijo, pipoca e sucos tropicais de polpa batidos na hora. Não ofereci refrigerante ou cerveja, focada nas necessidades de meu filho.
Estava completando 7 anos, a passagem para segunda infância, quando ganhei um grande trauma de aniversários. Insisti para que meus pais fizessem uma festa para meus novos amigos da escola, mesmo sendo dia 25 de julho, ou seja, férias. Apenas poucos vizinhos apareceram lá e muitos parentes. Mas a ausência das crianças me marcou profundamente. Até hoje costumo comemorar a passagem dos meus anos quase silenciosamente, com rituais significativos que envolvem poucos amigos.
No primeiro aniversário do Miguel senti a extensão deste meu trauma com uma grande vontade de não comemorar. Miguel nasceu em uma terça-feira de carnaval, configurando uma situação muito parecida com a minha por se tratar de uma data próxima do carnaval em que as pessoas costumam viajar. Venci esta barreira e fiz uma festinha com extensão de minhas ideologias cara, ou melhor, da mamífera que nasceu naquele mesmo dia que ele chegou.
A decoração com flores silvestres colhidas pouco antes da festa. Uma deliciosa salada de fruta fez um sucesso com mais de 90 pessoas que compareceram naquele dia em casa. Servi salgados vegetarianos e assados, pão de queijo, pipoca e sucos tropicais de polpa batidos na hora. Não ofereci refrigerante ou cerveja, focada nas necessidades de meu filho.
A lembrancinha foi uma florzinha com uma embalagem reciclável e uma mensagem personalizada. Iria pedir para as pessoas não trazerem presentes, mas meu marido achou por bem não fazê-lo. No convite queria colocar para que as pessoas não embrulhassem os presentes ( medida ecológica), que não fiz por chegar a um meio termo com meu marido. Para evitar o desperdício, eu queria fazer copos e pratos de plástico com um adesivo com a Imagem do Miguel, para que as pessoas usassem durante a festa e depois de lavados, levassem de recordação. Meu marido também achou a idéia por demais radical.
Busquei o máximo de equilíbrio entre meus valores, do meu marido e da sociedade. Um verdadeiro sucesso. Para o próximo ano prometi me focar mais nas brincadeiras com as crianças, coisa que amo fazer.
Chegado 20 de fevereiro deste ano, véspera do carnaval, com uma situação financeira bastante diferente do ano anterior, resolvemos fazer apenas um ritual para ele. Juntos batemos um delicioso bolo de chocolate integral, brigadeiro, que o Miguel não se animou a experimentar, suco, pipoca e amigos especiais. Fizemos uma fogueira e agradecemos aos 5 elementos por todas as bênçãos, à natureza, aos pés da árvore da vida do meu filho que cresce em nosso jardim.
Como vim para São Paulo 2 dias depois do aniversário, minha mãe decidiu que queria fazer uma festa Paulista para seu primeiro neto. Disse a ela que não se preocupasse com a decoração, que buscaria algo simples e ecológico; que a lembrancinha seria um kit de jardinagem com uma mudinha para as crianças plantarem. Sugeri que servíssemos sucos de polpa, como no ano interior, evitando cerveja e refrigerante. Mas o fato é que a festa era dela e de meu pai, financeiramente falando, e meu pai é muito avesso aos meus pensamentos mamíferos.
Qual não foi minha surpresa quando vi cervejas e refrigerantes para a festa, com a chegada da barraca de algodão-doce e o pior, a vergonha que senti em entregar aquela lembrancinha: um saquinho de plástico cheio de porcarias (pirulito, chiclete, bala) de qualidade duvidosa. Eu quase tive um treco quando minha irmã disse que ia comprar um DVD da Xuxa para passar na festa. Pelo menos as músicas foram do palavra cantada.
Foram gastos uns bons mil reais com decoração, piscina de bolinha e pula-pula, que considero bastante supérfluo. A única coisa que escolhi para a festa foi a presença de contadores de história que deram um show de cultura e diversão.
Engoli a seco esta festa, com um incomodo visível pelo desrespeito por minhas ideologias. Não reclamei por saber que se tratava de uma festa dos meus pais para meu filho. Mas confesso que me doeu na alma. Fiquei muito contente com os presentes que o Miguel ganhou, quase todos, educativos, de madeira. Um verdadeiro carinho e consideração de meus amigos.
Chegado 20 de fevereiro deste ano, véspera do carnaval, com uma situação financeira bastante diferente do ano anterior, resolvemos fazer apenas um ritual para ele. Juntos batemos um delicioso bolo de chocolate integral, brigadeiro, que o Miguel não se animou a experimentar, suco, pipoca e amigos especiais. Fizemos uma fogueira e agradecemos aos 5 elementos por todas as bênçãos, à natureza, aos pés da árvore da vida do meu filho que cresce em nosso jardim.
Como vim para São Paulo 2 dias depois do aniversário, minha mãe decidiu que queria fazer uma festa Paulista para seu primeiro neto. Disse a ela que não se preocupasse com a decoração, que buscaria algo simples e ecológico; que a lembrancinha seria um kit de jardinagem com uma mudinha para as crianças plantarem. Sugeri que servíssemos sucos de polpa, como no ano interior, evitando cerveja e refrigerante. Mas o fato é que a festa era dela e de meu pai, financeiramente falando, e meu pai é muito avesso aos meus pensamentos mamíferos.
Qual não foi minha surpresa quando vi cervejas e refrigerantes para a festa, com a chegada da barraca de algodão-doce e o pior, a vergonha que senti em entregar aquela lembrancinha: um saquinho de plástico cheio de porcarias (pirulito, chiclete, bala) de qualidade duvidosa. Eu quase tive um treco quando minha irmã disse que ia comprar um DVD da Xuxa para passar na festa. Pelo menos as músicas foram do palavra cantada.
Foram gastos uns bons mil reais com decoração, piscina de bolinha e pula-pula, que considero bastante supérfluo. A única coisa que escolhi para a festa foi a presença de contadores de história que deram um show de cultura e diversão.
Engoli a seco esta festa, com um incomodo visível pelo desrespeito por minhas ideologias. Não reclamei por saber que se tratava de uma festa dos meus pais para meu filho. Mas confesso que me doeu na alma. Fiquei muito contente com os presentes que o Miguel ganhou, quase todos, educativos, de madeira. Um verdadeiro carinho e consideração de meus amigos.
O que vocês fariam/sentiriam nesta situação em relação aos seus pais? Alguém passou por situação semelhante?
11 comentários:
Eu, olharia para o Miguel e as crianças: Eles gostaram da festa? Das porcarias e brincadeiras?
Se sim, saldo positivo, se não, algo para dialogar com os pais da forma mais sutil possivel...
Essa seria minha atitude.
beijos
Oi Kalu,
Também já passei por isso quando Ravi fez 1 ano, não fiz festa, exatamente por causa da nossa situação financeira, mas meu pai quis fazer uma, minha mãe outra, eles são separados, quando lembro penso como foi constrangedor, tive que me submeter as regras deles que nem sempre se davam com as minhas. Lógico que foi muito complicado, pois eles gastaram dinheiro, queriam alegrar o neto, mas... não me respeitaram principalmente minha mãe.
Hoje sei que foi um aprendizado importante, para que eu lute mais pelos meus ideais e não deixe que outros tomem conta do que eu devo cuidar e fazer.
Esse ano, nos 2 anos do Ravi, fizemos uma celebração linda, no sítio do meu pai, com a ajuda da minha mãe e irmã na decoração, ou seja eles participaram, mas eu e meu companheiro idealizamos, resolvemos como seria...
Fomos para cachoeira, nadamos com amigos, eu fiz o bolo, unimos a família, Ravi vestiu de palhacinho na hora do parabéns.
Ano que vem terei mais força para fazer mais ainda do nosso jeito, ainda mais bonita e alegre e nunca mais cairei nessa armadilha....
Beijo!
Concordo com Rosana...
Somos seres de mil nuances, assim como todos os demais...
Em cada um mora uma leitura da vida, e todas elas possuem seu saldo positivo, nem sempre as nossas concordam com as outras, mas todas são válidas para cada um...
Mora no ato de ofertar sua festa, em seus pais, o desejo de materializar o amor que eles sentem... é isso na essência deles.
Agradeço por ter compartilhado com todos seu relato.
:)
Oi Kalu,
Passei por isso agora no primeiro aninho das minhas meninas, não queria fazer festa e meu marido e nossas famílias insistiram muito e foi aquela "festona". Elas ficaram a maior parte do tempo no nosso colo, embora já estivessem andando, mas muita gente estranha as deixou desconfiadas. O saldo foi positivo pois elas gostaram muito da cama elástica e da piscina de bolinhas, de onde não queriam sair de jeito nenhum, mas já avisei no próximo ano será do meu jeito e já tenho tudo muito bem planejado: será de dia, numa casa com jardim, muita brincadeira, música boa e comida saudável, por falar nisso, você pode me passar a receita deste bolo de chocolate integral?
Beijos,
Rose
Meninas,
Muito obrigada por todos os comentários. Na verdade percebi que o Miguel não ficou muito feliz. Estava um calor terrível e os doces nunca fazem bem a ele. O diálogo com meus pais existe, mas é minha mãe aceitando e meu pai achando tudo besteira. Enfim, um grande aprendizado. O amor existe e vou deixá-los manifestar de outras formas: ajudando, não financeiramente, mas com presença nas futuras festas e comemorações.
Graças a Deus eu não tive este problema. Não íamos fazer festa pra Letícia (não gostamos de festas em buffets, além de caras, são chatas - nossa opinião). Mas, a pedidos dos meus pais, fizemos na casa deles, no dia de Natal. Foram somente os amigos mais chegados, dando brinquedos educativos.
O bolo, nós que fizemos: não tinha cerveja nem refri, mas sim sucos para as crianças. Na sala, colocamos um tapete com brinquedos pra garotada. Tudo muito simples, já que nós e meus pais temos pensamentos meio parecidos.
Só não consegui convencê-los a fazer os salgados exclusivamente vegetarianos. Quem sabe pro proximo, aí eu mesma os faço.
Beijos
Acho que não devemos interferir no modo como os outros oferecem amor aos nossos filhos. Passo por esses dilemas constantemente, quando ouço minha sogra dizer "não vá pra lá, pq tem cobra", ou oferecendo alimentos inadequados. Esse é o jeito que eles sabem fazer, é uma questão até mesmo cronológica... A educação dos nossos filhos, porém, cabe a nós. Se não os expusermos a todo tipo de manifestação de sentimento, com todas as suas formas, eles não aprenderão a discernir se acham aquilo bom ou ruim, o negocio fica unidirecional. Além disso, nossos filhos não são nossos; mais cedo ou mais tarde, vão revelar suas preferências e gostos pessoais. Por fim, o melhor brinquedo para uma criaça é outra criança, não é não? Tendo coleguinhas, independente do que comem, os filhotes da gente ficam realizados...
Tomara que o Miguel sobreviva sem traumas a esta experiência.
Hum... complicado né, pois com tantas novidades e modas para festas infantis fica difícil fugir da regra. Eu procuro pensar que a festa é do meu filho, fazer as coisas pra ele e vê-lo feliz.
Kalu, adorei seu post e estou organizando para a Kamila uma festinha mais ou menos nesse estilo, que, na verdade, é o nosso estilo de viver e que seja uma extensão, não é mesmo?
Só que não sei aonde encomendar salgadinhos integrais vegetarianos! Aonde você os conseguiu?
Meu e-mail: crisnicolini@yahoo.com.br ou responda através desse email do gmail mesmo!
Obrigada e beijos!
Cris e Kamila
Essa é uma questão que me preocupa muito, o tal do interferir ou não nas manifestações de afeto dos familiares. A minha preocupação é a seguinte: quando alguém faz uma festa de buffet infantil para minha filha, isso não criaria uma expectativa na cabecinha dela que festa de aniversário tem que ter piscina de bolinha, animadores gritando o tempo todo, refrigerantes, lembrancinhas, etc?
Depois de uma festa "de arromba" dessas, como voltar para o sanduíche natural e suco de cará com limão sem decepcionar a criança?
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