por: Kalu
Fico absolutamente chocada com o descaso e falta de respeito das pessoas em relação com nossas crianças. Nos últimos dias presenciei algumas cenas que fizeram meu estômago revirar e minha cabeça pensar em mil teorias. Por que os pais xingam seus filhos? Será que não sabem que estão dando o exemplo para que façam os mesmo com colegas de escola, professores e com eles mesmos?
Como podemos achar normal bater numa criança? Vi um menino que subiu na mesa do restaurante e seu pai, como primeira medida, deu-lhe um tapa na boca que o wfez sangrar. Se víssemos um casal de namorados e o homem batesse na moça, certamente chamaríamos a polícia ou coisa parecida. Mas não consigo entender como as pessoas ignoram tal ato, como se fosse legítimo um pai/mãe bater em um filho.
Eu também não fiz nada e isso me fez morrer um pouco por dentro, por lembrar de mim mesma com essa idade e toda a violência doméstica que sofri. Fui desfraldada com palmadas, decorei a tabuada com chineladas, apanhei com a correia do cachorro, chorei de perder o fôlego, minhas pernas ficaram marcadas inúmeras vezes.
Sinceramente acredito que deveria existir nas escolas, desde cedo, a disciplina da não-violência. Fazer entender que reproduzimos modelos que devem ser combatidos. Somos responsáveis pela guerra do Iraque e as milhões de famílias perdidas. A violência que nos choca é reflexo das pequenas violências diárias que cometemos sem perceber: o tapa do filho, a agressão à atendente de telemarketing que ligou na hora indevida. São essas pequeneza acrescidas que fazem as pessoas matarem e morrerem por acharem legítimo impor seus pontos de vistas através da violência.
Como filha desta violência, fui tratar de entendê-la. Anos de terapia, cursos de não-violência, meditação, yoga me mostraram o caminho da paz. Não queria reproduzir um modelo falido do qual acredito ser a grande sombra do mundo. Tive que tratar minhas feridas, perdoar minha família e compreender que para mudar temos que fazer diferente.
Como podemos achar normal bater numa criança? Vi um menino que subiu na mesa do restaurante e seu pai, como primeira medida, deu-lhe um tapa na boca que o wfez sangrar. Se víssemos um casal de namorados e o homem batesse na moça, certamente chamaríamos a polícia ou coisa parecida. Mas não consigo entender como as pessoas ignoram tal ato, como se fosse legítimo um pai/mãe bater em um filho.
Eu também não fiz nada e isso me fez morrer um pouco por dentro, por lembrar de mim mesma com essa idade e toda a violência doméstica que sofri. Fui desfraldada com palmadas, decorei a tabuada com chineladas, apanhei com a correia do cachorro, chorei de perder o fôlego, minhas pernas ficaram marcadas inúmeras vezes.
Sinceramente acredito que deveria existir nas escolas, desde cedo, a disciplina da não-violência. Fazer entender que reproduzimos modelos que devem ser combatidos. Somos responsáveis pela guerra do Iraque e as milhões de famílias perdidas. A violência que nos choca é reflexo das pequenas violências diárias que cometemos sem perceber: o tapa do filho, a agressão à atendente de telemarketing que ligou na hora indevida. São essas pequeneza acrescidas que fazem as pessoas matarem e morrerem por acharem legítimo impor seus pontos de vistas através da violência.
Como filha desta violência, fui tratar de entendê-la. Anos de terapia, cursos de não-violência, meditação, yoga me mostraram o caminho da paz. Não queria reproduzir um modelo falido do qual acredito ser a grande sombra do mundo. Tive que tratar minhas feridas, perdoar minha família e compreender que para mudar temos que fazer diferente.
Essa diferença não é largar tudo e virar monge. É ser a paz e todas as transformações que almejamos para o mundo. Penso valer a pena, afinal, se o bater da asa de uma borboleta pode causar um furação no outro lado do planeta, porque um afeto, um bom-dia, um recuo, uma palavra doce em uma discussão não pode trazer a paz para o mundo? São nossos exemplos o grande legado que deixaremos para nossos filhos. E nossos filhos o grande presente para o planeta.
19 comentários:
Sabias palavras.... Realmente não temos direito de bater nas crianças por mais que a energia deles nos cansem e as pilhas nao acabem, ou que nos façam passar vergonha em publico, nada justifica a violencia com as crianças, pois eles nada mais são do que o reflexo de nós Pais... Cada um é responsavel pelos atos dos seus filhos... e outra criança faz a gente pagar mico sim, toda hora e ninguem tem nada a ver com isso!!!! bjaum
Sou a favor da palmada,depois de todas negociações, explicações. Porque se não tiver lomites também serão um (in)grato legado que os pais deixam para o planeta.
Não gosto de ver criança apanhando,dá vontade de bater nos pais, pq vejo principamente que numa situação dessas,da criança subir numa mesa num restaurante é porque postura alguma recebe em casa, e você leva para fora o que tem em casa. O mundo está um caos,principalmente porque são poucos os seres humanos que tem condições psicológicas de criarem outros seres humanos. Ter filhos nao é simplismente parir e alimentar. Ou assumir um ato irresponsável de uma noite de tesão. É rezar,para que nossas crias bem educadas e amadas consigam sobreviver com os trogloditas que estão sendo bem moldados no dia de hoje.
Chá das 5 à meia-noite (desculpe-me, não sei seu nome),
a palmada não é um último recurso, quando todos os outros se esgotam. a palmada é a perda absoluta do controle. porque se bate? bate-se porque não se sabe lidar com a situação de outra forma. ora, se isso ocorre em um confronto com qualquer outra pessoa, seja marido/mulher, seja amigo, seja irmão, seja chefe, seja colega de trabalho, não nos permitimos lançar mão da agressão física. porque com a criança, que é menor, mais fraca e não tem como se defender, aceitamos tal atitude? não nego que as crianças nos levem ao limite, muitas e muitas vezes. é a forma deles explorarem o mundo, descobrirem quais são seus limites. mas esses limites podem sim ser demonstrados de outra forma. eu fui criada sem palmadas (nem mesmo um tapinha, nunca), e me considero uma pessoa bem educada, respeito os outros, enfim. há outras opções. sempre há.
bjo grande
Também acho que sempre há outras opções. Sou totalmente contra palmadas. É verdade que às vezes a gente tem q se segurar, contar até 10, deixar os nervos se acalmarem e tal, pq criança testa limites mesmo. É a forma deles conhecerem o mundo, e creio que eles não assimilam tudo o que a gente fala, mas sim o que a gente faz! Nossos exemplos são muito mais importantes do que o que simplesmente dizemos, mas não podemos cansar, é ensinar, ensinar, ensinar...
Acho que a maioria das pessoas foi criada a base da agressão, tá aí o problema: provavelmente vão criar os filhos da mesma forma! E pergunta se pensam em mudar? Claro que não, pq é o normal para elas, "escreveu não leu o pau comeu"! Infelizmente hoje em dia isso é o normal... ninguém interfere ao ver uma criança ser agredida. E ela é muito mais indefesa. O mundo tá realmente um caos... adorei o final das escritas da Kalu "São nossos exemplos o grande legado que deixaremos para nossos filhos. E nossos filhos o grande presente para o planeta.". Sê um bom exemplo, é a melhor forma de criar um mundo melhor.
Beijinhos,
Lívia (mamãe do Uriel - quase 10 meses)
Eu sou absolutamente contra a palmada e escrevo embaixo do que disse a Renata. Por que não batemos no chefe e achamos legítimo bater numa criança? E quando dizemos que elas precisam de limite, acredito sim. Mas como dar este limite também é um grande exemplo de como nossos filhos lidarão com situações extremas. Eu nunca gritei ou bati no meu filho. Apenas digo em um tom mais sério o uqe desejo que ele faça. E ele o faz, as vezes numa boa, outras com choro. É possível sim dar limites sem bater. É preciso saber que não é legítimo, que destrói uma criança por dentro e que criança é criança. Vejo muitos pais exigindo comportamentos de adulto em crianças. Acho que aí mora o problema.
Concordo meninas: Bater Não!!!
Limites se dão de outra forma.
Eu fui criada sem nenhum tipo de agressão. Tanto meu pai quanto minha mãe conversavam muito comigo e meu irmão.
Graças a este tipo de criação e a Deus somos pessoas de bem e buscamos plantar o bem também.
Agora Kalu, querida, me responda, como agir com o telemarketing abusado? rsrsrs
Bjkas,
Carol (da Luna)
Carol,
Lembre-se que por trás de um telemarketing abusado há um ser humano explorado, com prazos apertados, meta inatingíveis para pagar o tratamento de uma criança, por exemplo. Eu sempre sou delicada e digo: não estou interessada em outro cartyão, só se vier com uma conta agregada com saldo de 100 mil reais... hahaha. O humor é um tempero especial da paz.
Nossa, que lindo!
Maravilhoso mesmo...
Inspirador...
Seu desabafo sobre sua criação foi forte...
Quando eu era criança, sabia que a mãe de uma vizinha espancava ela, e eu ficava sem saber o que fazer. Eu queria denunciar a mãe, mas minha vizinha não queria que eu fizesse isso porque era a única pessoa que ela tinha na vida pra cuidar dela...
Olhando o lado positivo da cena que você presenciou: sua passividade no momento do tapa foi o catalizador dessa postagem, que no fim das contas vai inspirar muito mais pessoas do que se você tivesse confrontado o sr. violento. [que provavelmente ficaria mais irritado ainda com a sua interferência e descontaria no filho]
Abração e Luz!
Gabriel Dread
As menina que conseguiram essa mágica de nunca ter dado uma palmada de leve que seja contem o segredo!!! Pena não ter conhecimento desse segredo na época da sede de conhecimento da Flora!!! Porque me doeu (dentro do que é possível) ter dado sim algumas palmadas nela, quando (!!!!!) quando so dei 3 no Pietro, depois dizem que as meninas são mais calmas.Porque uma criança que já sabe que não pode ficar perto do fogão, que tem água quente e bla bla bla mas insiste depois de "TODAS AS ALTERNATIVAS ANTERIORES" aí fica a escolha dos pais, realmente pôr temor* ou deixar aprender sentindo na pele uma queimadura...só porque não quis dar a palmada. Uma criança de que já anda, e vc sabe que ela sabe não faz sentido por barricadas pela casa! Até os 4 anos de idade,não me permiti a ter bibelôs porque eu sabia que a curiosidade dela seria maior que uma conversa e para nao por barricada na estante, preferi mantê-los guardados, mas...ter que ficar vigiando o fogão!!!Aqui o discurso foi o limite que pode ser negociado, alguns psicólogo já acreditam nesse limite que se chama palmada,porque é isso mesmo,eles querem um limite. Não pretendo mais parir talvez adotar,mas com certeza serei avó e realmente gostaria de poder exercer esse momento de cuidadora como foi com meu filho,que levou 3 palmadas ao longo de 2 anos e meio e hoje tem 18 anos. Olha,tenho minhas teorias...quem nunca precisou dar uma palmada é porque teve/tem um criança como foi o Pietro...não sabem o que é ter uma Flora!Nesse momento gostaria de estar numa sala de bate-papo com vocês(que seria o mais viável)para me responderem que todo o tipo e nível de uma curiosidade de uma criança pode ser mediadasem precisar dar a palmada.Agora, de coração,vcs que acreditam no NÃO PALMADA (eu acredito)não fiquem com a sensação frustrada que eu tenho por ter dado palmada nos meus filhos. Não é culpa por ter visto na atitude um descontrole causado por outra coisa,mas por não ter conseguido encontrar a mágica para nunca ter dado uma palmada na vida!!!Isso no caso um dia alguma de vcs precisem dar uma palmada...
Quanto a não bater em um chefe...eu to pouco me lixando com ele! Mas meu filho ser aceito porque é um ser com limites tem uma diferença enorme e desculpem-me, nem cabe comparativo.Agora,uma coisa intolerável é a situação onde os pais NUNCA dao a palmada,e um dia...um dia...a curiosidade da criança está acima da negociação e aí...leva um monte de chinelada(e olha nao estou aqui falando de palmada)!!!Aí dá vontade de bater na mãe!
*A palavra é temor mesmo, não sei...(que os psicólogos e/ou pedagogos de plantão,nos esclareçam),uma criança até uma certa idade ainda não tem dicernimento da palavra respeito.
Aff,virou um post!!! Mas eu acho que é isso,nós mammys blogueiras estamos aqui para trocar,aprender e a cada dia nos tornarmos melhor na nossa missão de criar gente!
Beijos a todas.
Lívia
Kalu este texto mexeu muito comigo. É difícil viver com violência e também não é fácil não reproduzi-la no dia a dia. Eu tento e muito. Mais por vezes eu não consigo.
Não quero reproduzir o que vivi na minha casa com as minhas filhas. Você me fez pensar muito nisso.
Um beijo e obrigada pelo texto e pelo sacode que levei.
Lívia (assim fica bem melhor q 'chá das 5 à meia-noite, rs),
Minhas filhas têm hoje quase quatro anos. Não acho que elas sejam super hiper tranquilas, nem acho que o temperamento delas tenha sido a razão para nunca terem levado uma palmada. Elas são crianças adoráveis, mas como todas, têm seus momentos de birra, de desafiar os limites, de testar a paciência dos adultos, enfim. É natural da criança, pouquíssimas são as que não o fazem. A questão é encontrar formas de lidar sem lançar mão da palmada, que com certeza, resolve no momento, mas é um argumento de força. A mensagem da palmada é: "você não pode comigo, portanto não me desobedeça!". Não é o que eu quero ensinar às minhas filhas. Quero ensinar que há coisas que se pode fazer e outras não, quero que elas entendam os porquês. O exemplo do fogão é clássico. Minhas filhas já tiveram a tal "fase do fogão", nunca se queimaram e também nunca apanharam para não mexer. É óbvio que eu perdi a conta de quantas e quantas vezes tive que repetir que fogão é perigoso, que queima, que faz dodói. E quantas e quantas vezes tive que tirá-las de lá, mantê-las longe, distrai-las com outras coisas. Dá um trabalhão, não nego. Mas funciona. Só que não é imediato como a palmada. Por isso te repito, é possível, não é utopia, e não há uma criança que "precise de uma palmada". Existem circunstâncias, combinações de fatores, que levam os pais a apelarem para esse método. Mas nunca é a única solução possível.
bjo!
Kalu, belíssimo texto. Também me impressiona o fato da nossa sociedade fazer cara de paisagem para a violência infantil. É sempre bom falar do assunto, até que a gente consiga construir a convicção social de que em criança também não se bate "nem com uma flor".
Lívia, concordo com as meninas, sobretudo Renata quando diz que a palmada é nada mais que um atestado de descontrole. Os limites são impostos pela realidade, e por isso eu não concordo muito com a expressão "dar limites", mas prefiro "mostrar os limites".
Na situação do texto da Kalu, o pai poderia ter pego a criança que sumiu na mesa com um abraço gostoso e pensar, para uma próxima vez, se aquele lugar era realmente adequado para receber seres curiosos e energéticos... Quem será que não enxergou seus limites naquela situação?
Kalu,
Gostei!
Prometo que da próxima vez vou falar isto com o telemarketing!
Bjkas no Miguel,
Carol
Bom dia meninas!
Acho que a Tata fachou bem toda a discussão com essa frase
"Existem circunstâncias, combinações de fatores, que levam os pais a apelarem para esse método. Mas nunca é a única solução possível."
Que bom que o assunto deu pano pra manga, porque é polêmico o tema violência infantil!
Mas é bom que haja um esclarecimento ou melhor norteamento do que é violência infantil. Acima li relatos de criança que apanhou (eu mesma apanhei por nada) e até espancamento.
Os pais quando optam pela palmada como falo depois de todas "as alternativas anteriores" como último recurso não quer dizer que imponha uma situação de violência no dia-a-dia da criança. Observem a situação: uma criança que é acostumada a receber carinho, palavras amorosas, e sabem discernir o momento do tom de voz mais grave e severo é uma criança que,quando no seu momento de ultra-over-mega teste de: "vamos-ver-até-onde-eu-posso",vai perceber que é menos dolorido ter que abrir mão de uma vontade ao obedecer a voz em tom grave(e eu não estou falando de grito!!!-isso é violência).
Em momento algum sou a favor da palmada por "falta de tempo" para explicar,mas sim, no útimo dos últimos casos, como falei a questão do temor. Estive numa comunidade do orkut sobre pais e filhos e havia um tópico loguíssimo sobre essa polêmica,cada lado fundamentando seus porquês com muita maestria - os a favor e os contra a palmada (infelizmente fui rackeada e perdi o perfil e comunidades)e uma psicóloga a favor da palmada - estava indo para uma congresso e um dos temas era justamente esse e deu uma adiantada sobre estudos que vinham sendo feitos (eles vivem pesquisando) nas crianças sem limites. O que ela adiantou foi que os pais nessa espera da criança ter sua fichinha caída que nao pode isso ou aquilo...se tornam permissivos demais...e aí se desencadea outro problema...e,olhem só a ironia...uma criança que nunca teve uma situação de violência (lêia-se:palmada - nem é surra ou espancamento)pode sim ser muito agressiva!!!
Não sou eu quem estou dizendo isso.
Isso foi tema de estudo e foi para um congresso,infelimente não pude saber o resultado.
Criar é ter cuidado e saber como e onde aplicar os limites.
Eu entendo que o sentido :causou dor é uma violência,mas dentro do contexto do que se chama violência infantil,devemos ter o cuidado das generalizações.Porque há uma diferença enorrrrme entre a pessoa que sai batendo,e bate mesmo onde quer que a cinta,correia,fio de ferro atinja, da pessoa que abre a mãozinha e espalma três dedos olhando nos olhos e explicando porque!!!
Meninas continuemos a conversa, que fique bem claro que minha intenção aqui não é converter ninguém a dar palmadas, eu mesma declarei minha tristeza por ter sim dado 3 palmadas no Pietro.
Mas sim, trazer a baila informações, como falei, aqui é uma troca.
Beijos a todas.
Lívia, fique tranqüila! Não há a menor chance de vc converter estas mulheres ao caminho da "palmada" :o)
Já da minha parte eu confesso que gostaria sim, de converter vc!
A teoria da psicóloga que vc cita não está certamente fundamentada em evidências científicas, muito menos no código civil. A permissividade vem dos pais que cedem para não ter o trabalho de educar. Alguns batem, outros cedem.
"Educar" é aquilo que acontece entre o ceder e o bater.
Falando em troca de informação, sugiro a leitura do site elaborado pelo pessoal da comunidade do orkut "Pediatria Radical", para a campanha "Lei Seca contra a palmada":
www.leisecacontrapalmada.com.br
beijos!
Olá, meninas!
Também sou a favor de "Abaixo a palmada". Dei uma palmada no meu filho. Pedi desculpas em seguida. Percebi meu erro. Também já gritei (pior que palmada??? Talvez...). Também pedi desculpas, disse que fugi com o respeito pq estava nervosa. O abracei, disse que o amava e ia procurar não gritar mais.
E assim fui me ajustando como mãe. Hoje, 6 anos de maternidade me mostraram que antes de ser meu filho, ele é uma pessoa. Com quereres e gostos próprios. Não posso me dar ao direito de desrespeitá-lo, como tb não quero ser desrespeitada por ninguém. Não grito com minha mãe, meus irmãos, meu pai, meus vizinhos, nem com o carinha chato do telemarketing (rs), que tb procuro tratar com bom humor. Pq posso, então, bater ou gritar com meu filho, um ser tão "pessoa" como qualquer outro?
Aqui em casa funciona o respeito: se ele grita comigo (ah, como criança grita! rs), digo que eu não vou gritar com ele pq isso é feio e falta de respeito e que fico chateada quando ele faz isso. Peço para falar o que deseja sem gritar. Ele me olha envergonhadinho (oh, dó!) e pede desculpas. E será assim sempre.
Em relação a pôr limites (usar o tapa para pôr limites), acho que não tem nada a ver... O que esse pai conseguiu mostrar para seu filho? Que é feio subir na mesa de um restaurante, pq seu sapato está sujo e a mesa é um lugar em que vamos pôr a comida que depois vai para a boca? Não... Ele só conseguiu mostrar que: quando o pai estiver longe, o menino vai subir em tudo quanto é mesa e, de preferência, sapatear!
Tenho uma amiga que "educou" o filho a base de palmadas... Tentei de todos os modos dissuadi-la, mas ela não conseguiu sair do esquema. Achou que fosse o único. Com o tempo e com a idade do pequeno dela, as coisas foram melhorando. Mas é muito triste não podermos fazer nada... Acabamos sendo cúmplices. Batemos na criança pelo nosso silêncio.
Ontem minha vizinha chamou a filha de "maloqueira"... Na hora eu pensei: depois essa menina se torna uma moça sem amor-próprio e vão se perguntar: "o que eu fiz de errado???"... Pois é!
Ufa, esse assunto é complicado de lidar, mesmo, hein? A gente quer escrever um bocadinho e acaba escrevendo um bocadão!
Beijocas a todas!
Penelope
Roselene,
esta eu vou levar no coração e na mente daqui por diante:
""Educar" é aquilo que acontece entre o ceder e o bater." Perfeito esta definição.
Obrigada pelas experiências trocadas,
Carol
Oi Reselene,
concordo com quase tudo que vc diz e sou muito propensa e me converter a Não-palmada até que me provem o contrário!!! E no segundo recado deixo isso claro.
No que discordo é sobre ser fundamentado ou não no código civil. Infelizmente ao longo da história, podemos ver o quanto o código civil é falho quando aplicado,porque a realidade é uma e vem se modificando e o código é arcaico,machista,e por aí vai!Então nem dá para se basear no que ele MANDA, esse radicalismo só viria compliar a vida de muitas famílias, que daí já me deu assunto para um post no meu blog, no que o código civil iria tumultuar se a lei for aprovada. Add o site e vou ler com calma depois ponho minhas confabulações no meu blog e será tema para o mammysblogs onde sou colaboradora.
Ah! como falei foi tema de congresso, daí pergunto profissionais levariam um tema onde só há especulações em achismo? Eu acredito que não!
Penelope - adorei sua postura com seu filhote, reconhcer que errou acredito que seja um dos maiores exemplos que damos a eles.
Bom,meninas criar gente é uma das missões que nao vem com manual de instrução mesmo. Enquanto os estudiosos vão fazendo suas pesquisas, se dividindo em pró- isso/contra-aquilo (falo sobre todos os temas relativos a criação de gente)nós estamos aqui sem tempo de esperar a fórmula única.Fazendo nossos experimentos, aplicando nossas teorias,mas saibam sempre,seja a forma que o filho será criado (limite,disciplina,permissão,flexibilidade) eles sempre terão algo de que reclamar. Já ví todo tipo de criação,e todos reclamaram.Os amigos dos meus filho dizem que gostariam de ter uma mãe como eu...e,apesar de ter um relação maravilhosa com meu filho (que dá inveja) sei que um dia ele vai reclamar de mim!!! Nem que seja das 3 palmadas que levou em toda sua vida...rsrsr (risos para desopilar).
Beijos meninas.
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