por: Tata
Engraçado como os filhotes fazem a gente descobrir novas habilidades, encontrar soluções, romper barreiras e fazer coisas que jamais imaginamos que poderíamos fazer.
Eu, por exemplo, não tenho o menor talento para atividades manuais. Não sou nada habilidosa com as mãos, coisinhas pequeninas e delicadas não são comigo. E mesmo assim, eis que hoje vi-me, às quatro e meia da tarde, concentradíssima em montar um castelinho de papel, cheio de peças e encaixes delicados, com bonequinhos minúsculos, tudo sob o olhar atento e curioso das minhas pimentas, que como boas companheirinhas de jornada, seguravam um lado do castelinho para que eu colasse o outro, ajudavam a encontrar as pecinhas perdidas e outras coisinhas.
É muito gostoso poder parar tudo, esquecer a correria, sentar no chão junto com os filhotes e curtir esses momentos. Momentos de interação, de criatividade, de descoberta conjunta. São lembranças que elas vão guardar para sempre, não tenho a menor dúvida. Eu mesma lembro até hoje de momentos assim que vivi com minha mãe. Fazer casinha de bonecas de caixa de sapato, bonequinhos com pote de danoninho, colagem com lantejoula. Coisas simples, não exigem muito, nem financeiramente, nem do ponto de vista "logístico". Mas para uma criança, essas experiências valem mais que o mais caro dos presentes.
Ao final de tudo, o castelo ficou meio tortinho, o teto de uma das torres cai de vez em quando, e sobrou uma parte que até agora não descobri para que deveria ter servido. Mas para as meninas, nosso castelinho ficou sendo o mais lindo do mundo. Porque era nosso, construído a seis mãos. Com todo o amor e carinho do mundo.
Lá ficaram minhas pequenas, entretidíssimas entre os príncipes e princesas, reis e rainhas, guardas e criadas do palácio. Eu só ouvia as vozinhas vindas do quarto: "agora a gente vai pro baile!", "o príncipe chegou!!", "vamos para o quarto da rainha!!", e por aí vai.
E eu? Fiquei aqui, no meu canto, explodindo de ternura, feliz da vida de descobrir que posso não ter todas as habilidades do mundo, mas para as minhas pequenas, tenho o toque de Midas: tudo o que toco vira ouro. Não, melhor do que isso: amor, em sua forma mais pura.
Imagem: arquivo pessoal (pimentas orgulhosíssimas do castelo prontinho)
5 comentários:
Simplesmente lindo!
Já já serão 8 mãozinhas!
Ai, três meninas pequenas (+1grande), tudo que há de bom!
Tata, lindo texto!
Menina, ando tão à flor da pele, uma vontade imensa de ser mãe e ao mesmo tempo um insegurança tão grande...gosto tanto de vir aqui, me faz um bem danado!
Beijos!
hey, de onde é esse castelinho?
beijo beijo
Obrigada pelos comments, meninas!
Leilah, a insegurança é mais que normal. Ser mãe é uma transformação imensa na nossa vida. Mas vale a pena demais, aliás, vou te dizer que é um negócio viciante... hahaha.
Aurea, ano passado a minha cunhada - madrinha da Estrela - estava na França fazendo pesquisa para o doutorado dela, ela trouxe de lá esse livrinho todo destacável, com as peças pra vc montar o castelinho e os bonequinhos de papel, príncipes, princesar, rei, rainha, guardas e criadas do palácio. Lindo! As meninas piraram. E o castelo tá sobrevivendo, até hoje tá lá de pezinho no quartinho delas e todo dia elas pegam pra brincar...
bjo!!
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