por: Deborah
Tenho acompanhando com bastante frequência a dúvida de quem quer ter um parto domiciliar sobre quem deve estar na hora do parto, além da mãe e do bebê- é claro - e sobre avisar ou não a família. É muito louco como temos que lutar tanto, contra tudo e todos, para fazer o que deveria ser o mais natural possível: parir.
Mesmo antes de optar pelo parto domiciliar, eu comecei a ouvir muitas coisas que me deixaram bem chateada, que não daria certo, que é um retrocesso, que é perigoso, que eu era gorda, minha casa era pequena, que era coisa de índio, meu bebê teria sequelas, paralisia cerebral... Enfim o "imaginário popular" vai longe e ouvimos de tudo nesta fase de decisão.
É uma luta. Eu tinha duas certezaa, a de querer a minha mãe presente e a de querer a Isadora também. Minha mãe foi super guerreira, apesar de ser um universo completamente diferente para ela, que teve duas cesáreas sem trabalho de parto. Esteve ali, firme e forte, só aparecendo quando eu a chamava, quase invisível.
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A Isa também se comportou muito bem ouvindo meus gritos, no andar de baixo da casa, e aceitando que não poderia ir lá com a mamãe por enquanto. Mas, ajudou a escolher a roupa pro
irmão, aceitou sair quando sugeririam, enfim, uma mocinha mesmo.
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Mas, algumas coisas marcaram para ela, não estar ao meu lado e o fato de que, no final, o irmão não nasceu em casa como ela tanto torcia. Eu mesma me surpreendi quando a minha mãe disse que era eu quem dizia para ela não subir, pois, até então, eu sempre quis que ela ficasse comigo e até questiono se a presença dela ao meu lado não teria feito diferença para melhor. Enfim, o que passou, passou...
Não questiono de forma alguma se foi certo ela permanecer em casa. Conversamos muito antes, tanto com ela, lendo livros, vendo vídeos, quanto com o Renato, o pai, para tomarmos a decisão. Queríamos que ela ficasse à vontade.
Por isto, acho que a decisão de ter ou não os filhos acompanhando o parto é uma decisão muito pessoal da mulher, de como ela se sente e também sobre os sentimentos das próprias crianças.. Como já li em muitos relatos de parto, algumas crianças dormem, simplesmente apagam na hora em que o "bicho pega", e só acordam quando o irmão ou a irmã já nasceu. As crianças têm um sistema de auto-defesa muitio ligado, e sabem o que fazer nas horas de aperto. E sem contar, que ás vezes, as coisas acontecem de uma forma em que nem dá tempo de fazer o que tinha sido planejado e daí o destino se encarrega do processo.
Por isto, acho que a decisão de ter ou não os filhos acompanhando o parto é uma decisão muito pessoal da mulher, de como ela se sente e também sobre os sentimentos das próprias crianças.. Como já li em muitos relatos de parto, algumas crianças dormem, simplesmente apagam na hora em que o "bicho pega", e só acordam quando o irmão ou a irmã já nasceu. As crianças têm um sistema de auto-defesa muitio ligado, e sabem o que fazer nas horas de aperto. E sem contar, que ás vezes, as coisas acontecem de uma forma em que nem dá tempo de fazer o que tinha sido planejado e daí o destino se encarrega do processo.
Eu queria miuto que a Isadora visse o Pietro nascer, não acho que seria ruim para ela, como ouvi de algumas pessoas. E acho que ela tambem "sobreviveu" bem à frustração de não termos um parto domiciliar. Um dia destes ela me perguntou: "mãe, voce lembrou de mim quando o Pietro ia nascer?" Eu disse, claro filha que a mamãe lembrou, era por isto eu queria que ele
nascesse em casa, para ficarmos todos juntos, mas infelizmente, não deu. E ela disse: "mas pelo menos ele nasceu pela "piquita", né mãe, ainda bem!!!"
É a minha mamíferazinha...
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Imagem: http://www.gettyimages.com.br
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