Um Milhão de Amigos

por: Tata

Uma coisa que eu não imaginava viver tão depressa era ver as minhas filhas tendo "vida social".

Explico: as meninas, apesar de ainda não irem à escolinha, já tem seus amiguinhos. São filhos de amigas das listas ou de amigas 'prévias' à maternidade que agora são mães também, além das crianças aqui do prédio, onde a mulherada impera impiedosamente, e já se criou um pequeno 'clube da Luluzinha', composto por cinco menininhas entre três e cinco anos, entre elas as pimentas.

Foi muito bacana acompanhar a "construção" dessas relações na cabecinha delas. No começo, ainda bem pequenas, uma era o mundo da outra. Encontravam-se com outras crianças, mas não ligavam muito.

Aos poucos, naturalmente, elas foram se abrindo, curtindo se relacionar com outras crianças, descobrindo a delícia de "ter amiguinhos".

Hoje em dia, do alto de seus três aninhos, posso dizer que minhas filhotas são duas mocinhas bastante sociáveis. Cada uma do seu jeito, claro. Estrela é mais despachada, e não pode ver outras crianças que já sai logo correndo atrás, querendo brincar junto, conversar, interagir. Ana Luz é um pouco mais 'reservada', fica meio ressabiada com gente nova, leva um tempo para se soltar, mas depois que acostuma, a coisa vai que é uma beleza. Uma coisa que funciona com as duas é respeitar o tempo delas, não forçando interação quando não estão a fim. Se rolar esse respeito, não tem tempo ruim.

O resultado disso é uma vida social mais agitada que a minha, rsrs. Só agora no mês de julho, parei pra prestar atenção e vi que as meninas tinham nada menos que cinco (sim, cinco!) aniversários de amiguinhos para ir.

E é muito gostoso ver a expectativa delas, a curtição que acaba virando esperar pela data, planejar, falar a respeito, saber do que vai acontecer. Vira e mexe, elas perguntam: 'mamãe, quantos dias faltam pra festa da xx?', 'e a festa do yy, vai demorar?'. E perguntam quem vai estar lá, falam que vão comer isso, brincar com aquilo, dançar assim e assado, fazer não sei o que com não sei quem. Maior barato.

É legal vê-las construindo naturalmente esse 'ser social', que tantas coisas bacanas nos traz, ao longo da vida. E mais legal ainda é ver que estão descobrindo esse relacionar-se com o outro sem pressões, sem cobranças, sem julgamentos. Porque relacionar-se com o outro é fundamental, mas cada um tem a sua maneira de fazer isso. Extrovertido, tímido, brincalhão, carinhoso, reservado, atirado, não importa. Cada um é o que é, e deve ser respeitado por isso.

Eu, como tímida que sou e fui a vida inteira, sei bem o valor desse respeito.

Tem muita coisa bacana para falar a respeito, mas vai ficar para outro dia. Já está tarde, e daqui a pouco tenho que preparar minhas pimentas para o 'aniversário-evento-social-de-suma-importância' a que a família-pimenta deve comparecer essa noite... :-)

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